Introdução: A Síndrome Respiratória Aguda em crianças, agravada pela infecção por COVID-19, destaca-se pela manifestação de pneumonia bacteriana e ocorrência de derrame pleural. Este cenário complexo exige uma compreensão detalhada, uma vez que a interação desses elementos apresenta desafios únicos no manejo clínico, requerendo abordagens específicas para otimizar os desfechos em pacientes pediátricos. Descrição do Caso: Paciente masculino, 1 ano e 9 meses, apresenta sintomas iniciais de tosse seca, febre e vômitos, sendo inicialmente tratado como uma infecção viral com melhora temporária. No terceiro dia de sintomas, procurou a Unidade Básica de Saúde, onde foi diagnosticado com COVID-19. Ao ser admitido em Hospital Universitário, o paciente encontrava-se taquipneico, desidratado, com estertor em base direita e saturação de 89% em ar ambiente. Exames de imagem revelaram um velamento extenso no pulmão direito e derrame pleural anecoico. 15 dias depois, paciente entra em parada cardiorrespiratória (PCR). Após manobras de ressuscitação, apresenta recuperação da frequência cardíaca, mas eventos subsequentes incluíram suspeita de extubação e obstrução de cânula orotraqueal. Discussão: A evolução do caso destaca a gravidade da infecção por COVID-19 em crianças, com desenvolvimento de pneumonia bacteriana e derrame pleural, ressaltando a susceptibilidade das crianças a infecções secundárias, que agravam ainda mais o quadro respiratório. O episódio de PCR secundária à obstrução da cânula orotraqueal evidencia desafios no manejo de pacientes pediátricos com condições respiratórias graves, exigindo rápida intervenção e ajustes no suporte ventilatório. Conclusão: O caso relatado ressalta a importância da vigilância constante e da abordagem multidisciplinar em pacientes pediátricos com síndrome respiratória aguda associada ao COVID-19. A retirada da sonda nasogástrica, expansão volêmica, administração de adrenalina e vigilância clínica rigorosa, exemplifica as decisões cruciais tomadas. Este relato destaca não apenas os desafios enfrentados na gestão desses pacientes, mas também a necessidade de abordagens personalizadas e adaptativas para garantir melhores desfechos em cenários tão complexos.
Sociedade de Pediatria de São Paulo
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