12 de novembro: Dia Mundial da Pneumonia

12 de novembro: Dia Mundial da Pneumonia

As pneumonias são processos infecciosos, mais comumente causadas por bactérias e vírus, porém existem outros agentes menos comuns. Os pulmões podem ser afetados de diferentes formas. A depender do tipo e localização da infecção, pode se tratar de uma pneumonia ou broncopneumonia ou pneumonia intersticial.

Os sintomas da pneumonia dependem muito da faixa etária; entretanto, de modo geral, estes incluem febre, tosse, dificuldade para respirar e mal-estar. Os casos podem evoluir para gravidade e é preciso lembrar que a doença ainda é uma das principais causas de mortalidade infantil, sobretudo em locais e situações de pobreza e desnutrição.

A pneumonia em crianças pequenas ou na presença de situações de risco, como desnutrição, por exemplo, tem mortalidade mais elevada. Nas crianças pequenas e bebês, a doença costuma ser mais grave que nos escolares ou adolescentes. A criança pequena evolui muito mais rapidamente que a grande ou que o adulto saudável para insuficiência respiratória, por isso ela tende a ser mais grave nesta faixa etária. É importante ressaltar que existem pacientes de maior risco de gravidade, como por exemplo os imunossuprimidos ou imunodeficientes.

Para evitar que crianças adquiram pneumonia, é essencial manter as vacinas em dia, estimular o aleitamento materno – até pelo menos seis meses de vida do bebê -, evitar moradias com aglomeração, forno à lenha nos domicílios e exposição passiva ao tabagismo. Além disso, manter uma alimentação balanceada, evitando erros alimentares, bem como uma adequada higiene do sono.

Em relação ao tratamento da pneumonia em crianças, sempre que possível, é preciso diferenciar o quadro, pois se for uma pneumonia bacteriana, será necessária a utilização de antibióticos; porém, em se tratando de um quadro viral, o uso de antibiótico é desnecessário e fortemente desaconselhado.

Ainda a respeito do tratamento, é fundamental ressaltar que não se deve medicar a criança sem orientação médica, pois é muito frequente o uso inadvertido de xaropes equivocados, muitas vezes à base de corticoides, que podem, inclusive, agravar sobremaneira o quadro da pneumonia, além de outras possíveis complicações. Existe uma minoria de circunstâncias em que o corticoide pode ser indicado nas pneumonias na infância, contudo, trata-se de exceções.

Geralmente não há consequências a longo prazo para crianças que têm quadros de pneumonia, principalmente se forem mais leves. Entretanto, infelizmente, nos casos de pneumonias mais graves existe a possibilidade de o paciente evoluir com alguma complicação, necessitando de tratamento mais prolongado e, por vezes, hospitalização. Mesmo diante de casos mais complexos, a evolução poderá ser mais lenta e gradual, mas o pulmão possui uma excelente capacidade de se recuperar.

A vacinação infantil é fundamental para evitar quadros de pneumonia nas crianças. Ela tem efeito direto na proteção. A vacina contra a bactéria pneumococo reduz drasticamente os casos de pneumonia na infância.

Sabemos também que a pneumonia é uma das complicações mais graves da gripe (infecção pelo vírus influenza), portanto a vacinação anual contra a gripe também é uma importante forma de evitar a doença. Além disso, vacinas como a de coqueluche, sarampo, catapora também são muito importantes, uma vez que a pneumonia é uma complicação comum em todas essas infecções.

Dessa forma, é essencial que as crianças estejam com suas vacinações em dia, indicadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), e não deixem de receber as coberturas extras conforme estabelecidas pelo governo (como por exemplo a vacina contra o vírus SARS-CoV-2).

 

Relatora:
Marina Buarque de Almeida
Presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo