25 de julho é o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento, instituído pela Assembleia Geral da ONU e OMS em 2021, não apenas uma data simbólica, mas sim uma oportunidade para salvar vidas por meio da informação, da prevenção e da mobilização coletiva.
O afogamento continua sendo um grave problema de saúde pública mundial, matando principalmente crianças e jovens. Em contrapartida, é considerado uma das principais causas evitáveis de morte no mundo. Desde a publicação do “Global Report on Drowning” (2014, atualizado em 2021), a OMS recomenda intervenções preventivas eficazes, baseadas em evidência, sendo seis as principais:
- Instalar barreiras físicas que controlem o acesso à água (ex.: cercas em piscinas, poços, tanques).
- Prover supervisão próxima e constante de crianças em ambientes aquáticos.
- Ensinar habilidades de natação, flutuação e segurança na água para crianças em idade escolar.
- Ensinar reanimação cardiopulmonar (RCP) a cuidadores, professores e socorristas.
- Criar áreas seguras longe da água para crianças pequenas.
- Fornecer equipamentos de segurança para atividades aquáticas, como coletes salva-vidas certificados.
Além dessas medidas, também recomenda que haja elaboração de planos nacionais de prevenção ao afogamento, com cooperação intersetorial, sistemas de vigilância epidemiológica e campanhas de conscientização pública regulares nos países.
Atualmente, o Brasil não possui uma política pública nacional exclusiva e consolidada para a prevenção de afogamentos. Porém, ações isoladas integram programas de segurança, saúde e educação: algumas escolas incluem noções básicas de primeiros-socorros e prevenção de acidentes em projetos pedagógicos, mas isso não é obrigatório no currículo nacional; há propostas para integrar a prevenção de afogamento à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Diante das falhas ou limitações das políticas públicas brasileiras fragmentadas para a prevenção de afogamentos, diversas entidades civis e organizações não governamentais assumem papel central.
A SOBRASA – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – é a principal organização civil brasileira dedicada exclusivamente à prevenção de afogamentos. Sua atuação é essencial ao promover educação, capacitação, estatísticas e campanhas nacionais voltadas à redução de mortes evitáveis por afogamento.
A Cruz Vermelha Brasileira atua na capacitação em primeiros socorros e RCP, incluindo manobras específicas em caso de afogamento; realiza projetos em escolas e comunidades sobre segurança aquática e resgate básico, trabalhando especialmente com populações vulneráveis em regiões ribeirinhas, áreas alagadas e periferias.
A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) desempenha também um papel ativo e relevante na prevenção do afogamento infantil, em especial através das ações do seu Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente. Em julho de 2024, para o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento (25 de julho), a SPSP divulgou a campanha “Não se Afogue”, com orientações baseadas em práticas simples e aplicáveis, como: instalação de barreiras físicas, supervisão próxima, uso de coletes salva-vidas certificados e treinamentos em RCP. Essa campanha é permanente e será veiculada até atingir o objetivo tão sonhado, de diminuir agressivamente as taxas de mortalidade e de sequelas que o afogamento traz para crianças e jovens brasileiros.

Falar sobre o afogamento infantil é o primeiro passo para evitá-lo.
Informe-se.
Saiba mais:
1) https://www.spsp.org.br/hoje-o-dia-mundial-da-prevencao-do-afogamento-2/
2) https://sobrasa.org/afogamento-boletim-epidemiologico-no-brasil-ano-2025-ano-base-de-dados-2023
3) https://cruzvermelha.org.br/pb/campanhas/primeiros-socorros/
Relatora:
Tania Zamataro
Membro do Departamento de Segurança da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Coordenadora do Blog Pediatra Orienta da SPSP


