O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas foi criado em 2004 pela Lymphoma Coalition – uma organização que oferece apoio a pacientes com linfoma em todo o mundo – para ajudar a conscientizar sobre a doença. Esse dia tem o objetivo de informar famílias, educadores e a sociedade sobre o linfoma, que pode afetar crianças e adolescentes, e também de apoio às crianças que enfrentam a doença junto com suas famílias.
Ele é celebrado anualmente em 15 de setembro, ressaltando a importância do diagnóstico precoce.
O que é linfoma?
Linfoma é um câncer que se origina no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de órgãos e vasos que movimenta um líquido transparente pelo corpo chamado linfa. Essa rede é uma parte fundamental do sistema imunológico. O sistema linfático ajuda a filtrar células e outros resíduos da corrente sanguínea.
Quando as células do sistema linfático, chamadas linfócitos, tornam-se malignas, elas geralmente crescem rapidamente e se dividem para formar mais células. Com o tempo, as células do linfoma no sistema linfático podem se espalhar por todo o corpo. Essas células impedem que as células saudáveis próximas a elas funcionem normalmente e dificultam o funcionamento adequado do sistema imunológico.
Existem dois tipos de linfócitos: linfócitos B e linfócitos T (também chamados de células B e células T). Essas células nos protegem produzindo anticorpos e destruindo micro-organismos nocivos, como bactérias e vírus. O linfoma se origina no desenvolvimento desses linfócitos que sofreram uma alteração maligna. Isso significa que eles se multiplicam sem uma ordem adequada, formando tumores, que são coleções de células cancerígenas.
Atualmente, existem 43 subtipos diferentes de linfoma reconhecidos pelo sistema de classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cinco desses subtipos pertencem a um grupo de doenças chamado linfoma de Hodgkin.
O linfoma de Hodgkin se distingue de todos os outros tipos de linfoma pela presença de um tipo especial de célula cancerosa, chamada célula de Reed-Sternberg, que pode ser observada ao se examinar as células tumorais ao microscópio. Todos os outros subtipos são comumente agrupados e chamados de linfoma não Hodgkin (ou linfomas de células B e T).
A manifestação clínica pode corresponder ao aparecimento de gânglios indolores no pescoço, axilas ou virilhas que aumentam com o passar do tempo; dor abdominal, inchaço ou aumento de volume abdominal; aumento do volume da face; tosse, dificuldade para respirar associados ou não a um quadro de febre de origem indeterminada, sudorese profusa e ou emagrecimento importante inexplicável.
O diagnóstico envolve avaliação clínica, exames de sangue e de imagens e, muitas vezes, uma biópsia.
Se seu filho estiver apresentando algum desses sintomas, é importante agendar uma consulta com um médico o mais rapidamente possível. Também é importante lembrar que muitos desses sintomas também podem ser causados por outras condições, mas a detecção e o diagnóstico precoces são cruciais no tratamento do linfoma.
Em crianças e adolescentes, o linfoma é um dos tipos de câncer mais comuns e, nessa faixa etária, ele tende a crescer rapidamente, mas em função dos importantes avanços no conhecimento dessas doenças, com o tratamento adequado, mais de 80% delas serão curadas.
O tratamento depende do tipo de linfoma e do estágio, bem como da idade da criança.
Essa fantástica evolução no prognóstico deve ser atribuída, principalmente, à utilização de combinações terapêuticas, que podem incluir: quimioterapia em altas doses, radioterapia, anticorpos monoclonais ou imunoterapia. Não menos importantes são o tratamento de suporte, a abordagem multidisciplinar desse paciente e a maior precisão dos meios diagnósticos.
Se você tiver alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com seu pediatra.
Relator:
Flavio Augusto Luisi
Membro do Departamento Científico de Oncologia da SPSP


