Texto divulgado em 29/09/25
Já são 3 casos de morte e nove casos de intoxicação por metanol em 25 dias registrados em São Paulo, segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). O número é considerado “fora do padrão”, o que gera suspeitas de possível origem comum do produto e da ingestão de bebida alcoólica adulterada.
É bem possível que existam mais casos ainda não notificados. Este tipo de intoxicação é particularmente perigoso pois não dá para identificar a bebida adulterada pelo paladar e tem latência de 6 a 24 horas (ou mais se ingerida junto com álcool etílico) para manifestar sintomas como acidose metabólica grave, insuficiência renal aguda, cegueira irreversível, coma e morte.
São sinais de alerta de intoxicação:
- Iniciais: náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia, tontura, sonolência.
- Metabólicos/respiratórios: hiperventilação (padrão de Kussmaul), fraqueza intensa.
- Neurológicos: confusão mental, convulsões, rebaixamento do nível de consciência.
- Visuais (característicos): visão turva, escotomas, fotofobia; podendo evoluir para cegueira.
Diante da suspeita de ingestão, deve-se procurar serviço médico de urgência imediatamente e, em casos graves, acionar o SAMU – 192 e não tentar provocar vômito.
É importante ressaltar que os adolescentes devem ser considerados álcool zero. Seus efeitos repercutem na neuroquímica cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do desenvolvimento de suas habilidades, já que um adolescente ainda está se estruturando em termos biológicos, sociais, pessoais e emocionais. Se mesmo na população em geral não existem níveis seguros de ingestão de álcool, neste grupo este fato é ainda mais verdadeiro.
A SPSP orienta pediatras, pais, cuidadores, professores e a população em geral a estimularem reflexões quanto aos malefícios da ingestão de bebidas alcoólicas e, em especial, o risco de consumir bebidas de má procedência, com rótulos violados ou vendidas informalmente.
Sarah Saul
Presidente do DC de Segurança da SPSP


