Introdução: A obesidade infantil é um problema de saúde pública e, segundo a Organização Mundial de Saúde, afetará cerca de 75 milhões de crianças em 2025. Diante disso, encontrar as causas dessa doença é importante para preveni-la. Assim, a discussão sobre o desenvolvimento da microbiota intestinal e o impacto metabólico da disbiose torna-se relevante para a busca. Objetivo: Investigar a relação entre a microbiota intestinal e o desenvolvimento da obesidade infantil. Método: Para esta revisão integrativa, foi realizada uma busca na base de dados PubMed e BVS dos últimos 10 anos, utilizando como descritores em ciências da saúde (DeCS): microbiota intestinal, pediatria e obesidade infantil. Ao alinhá-los com os critérios de inclusão, dos 76 artigos, 11 foram selecionados. Resultados: Dos estudos levantados, todos relacionam a disbiose intestinal com uma condição pró-inflamatória favorável ao desenvolvimento da obesidade infantil. Dentre as causas dessa condição, 4 artigos afirmaram a relação entre a via de parto com a disbiose intestinal, sendo a via cesariana a mais propensa ao desbalanceamento da população de bactérias do bebê, com diversidade reduzida, principalmente da espécie Bifidobacterium. O uso excessivo e precoce de antibióticos foi indicado por 5 artigos por alterarem negativamente a homeostase da região intestinal nos primeiros meses de vida. Outros 4 artigos abordaram a nutrição inadequada e sobrepeso da mãe como causadores do desequilíbrio na microbiota dos bebês pela proliferação comprometida principalmente de bactérias do filo Firmicutes. Conclusão: Os achados desta revisão sugerem que é possível afirmar a relação da microbiota intestinal, na condição de disbiose, com a obesidade infantil por meio de condições pró inflamatórias causadas pela via de parto, antibióticos, nutrição e IMC materno.