Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos (CP) representam uma assistência voltada para a prevenção e mitigação do sofrimento de pacientes e familiares diante de enfermidades potencialmente letais. Nesse contexto, a musicoterapia é uma abordagem que contribui para atenuar os efeitos da hospitalização, demonstrando eficácia no gerenciamento de sintomas angustiantes, tais como dor, ansiedade e estresse, tanto na criança quanto em sua unidade familiar. Objetivo: Elucidar efeitos da musicoterapia em crianças elegíveis para cuidados paliativos. Método: Revisão bibliográfica de cinco artigos científicos indexados nas bases PubMed, Scielo e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), utilizando descritores fator de impacto, musicoterapia, cuidados paliativos e criança. Resultados: O uso da música como terapia é fundamentado em crenças transculturais antigas que atribuem a ela efeitos curativos individuais. Na Grécia Antiga, a musicoterapia visava proporcionar conforto físico e emocional. Ao longo dos séculos, tal abordagem terapêutica permanece presente nos CP de crianças clinicamente graves, envolvendo práticas como audição musical, canto, execução de instrumentos e dança. A eficácia da musicoterapia foi demonstrada na promoção da interação social, criatividade, relaxamento, fortalecimento dos laços familiares, motivação e facilitação da comunicação entre crianças e profissionais de saúde. Ademais, a música auxilia os pacientes pediátricos no alívio dos sentimentos negativos que a hospitalização assegura, como tristeza, solidão, medo, privação de liberdade e saudade do ambiente familiar. A aplicação da musicoterapia é reconhecida como uma estratégia para reduzir dor, pressão arterial, frequências respiratória e cardíaca, ansiedade e tempo de ventilação, diminuindo a dependência de analgésicos e ansiolíticos. Desse modo, a terapia não farmacológica contribui para diminuição dos sintomas físicos e psicológicos, promovendo momentos de descontração e lazer. Conclusão: A intervenção musical personalizada emerge como uma contribuição significativa para melhoria da qualidade de vida na assistência paliativa pediátrica, considerando os múltiplos benefícios da musicoterapia.