Introdução: A sepse é uma síndrome clínica determinada pela presença de uma Síndrome inflamatória Sistêmica (SIRS) associada a disfunções orgânicas, secundária a um quadro de infecção grave. É uma das principais causas de mortalidade na pediatria e pode ser responsável por até 50% dos casos nas primeiras 72h do diagnóstico, com significativos números nas regiões norte e nordeste. Objetivo: Analisar a incidência de mortalidade infantil causada por septicemia no Pará. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo e transversal, baseado em casos ocorridos em indivíduos de 0 a 11 meses, entre 2018 a 2022. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), utilizando-se as variáveis sexo, raça, faixa etária, tipo de parto e ano de atendimento. Resultados: No período foram registrados 1020 óbitos no estado do Pará, sendo o ano mais incidente o de 2018 (26,68%). Em relação ao sexo, foi constatado que os meninos representam o maior número com 55,19% das mortes. A cor/raça parda é responsável pela maioria dos óbitos com um determinante de 812 casos. No que se refere a faixa etária, o maior número foi no intervalo de 7 a 13 dias após o parto, seguido de 28 dias a 1 mês com 174 e 158 óbitos, respectivamente. Quanto ao tipo do parto o vaginal e cesáreo tiveram incidências similares com 47,54% e 46,06%, respectivamente. Conclusão: Foi constatado que os óbitos no Pará são mais prevalentes entre meninos com menos de 1 mês de vida. O predomínio da cor parda relaciona-se às características étnicas do estado paraense. Analisando esse cenário, confirma-se a alta incidência em crianças nos primeiros dias de vida, associado principalmente ao sistema imunológico incipiente e a contaminação por microrganismos presentes no trato vaginal materno, independente do tipo de parto. Assim, configura-se como uma emergência pediátrica imprescindível a ser debatida.