A PANDEMIA DE SARS-COV-2 E SEU IMPACTO SOBRE AS INFECÇÕES GRAVES POR VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO E INFLUENZA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL

INTRODUÇÃO:O Brasil foi um dos países mais afetados pela pandemia de SARS-CoV-2 com mais de 700 mil mortes, especialmente em idosos e portadores de comorbidades, mas também acometendo crianças e adolescentes. Além do impacto direto da COVID foram observadas modificações nas infecções por outros vírus respiratórios como o Vírus Sincicial Respiratório(VSR) e Vírus Influenza(FLU) principais causas de Síndrome Respiratória Aguda Grave(SRAG) em crianças. OBJETIVO:Analisar a pandemia de SARS-CoV-2 em crianças e adolescentes e seu impacto sobre as infecções graves por VSR e FLU, no Brasil. METHODS: Foi realizado um estudo transversal dos casos hospitalizados e notificados de SRAG em indivíduos com idade entre zero e 20 anos no Brasil registrados no Sistema governamental informatizado de 2019 a 2022. RESULTADOS:Foram analisados 367,136 casos. Houve predomínio de: lactentes, sexo masculino, raças branca e parda. A média de óbitos foi de 2.6%. A ocorrência de SRAG aumentou a cada ano estudado (n=27.397, 88.998, 150.403 e 167.884, respectivamente). No auge da pandemia, houve aumento de escolares, adolescentes e da raça parda, com elevação das internações em UTI e da taxa de óbitos. As maiores faixas etárias e a etiologia por SARS CoV-2 e a procedência das regiões NO/NE foram associadas a menores chances de internação em UTI porém com maiores chances de óbito. As comorbidades foram importante fator de risco para gravidade. Houve redução da ocorrência de VSR e FLU, após o surgimento do SARS-CoV-2, com ressurgência dessas infecções em 2021. Apesar de o número total e percentual de óbitos por Influenza permanecerem abaixo dos valores de 2019, com a ressurgência, houve aumento das internações em UTI e das chances de óbito. As internações em UTI devido a infecções por VSR aumentaram significativamente com a ressurgência. No entanto, observou-se redução nos óbitos e uma mudança na faixa etária afetada pelo VSR, com predomínio em escolares.