ABSCESSO RENAL EM PEDIATRIA: UM RELATO DE CASO

Introdução: abcessos renais são coleções de material purulento em uma porção bem delimitada de parênquima renal. É uma forma grave de infecção renal, incomum na idade pediátrica. Descrição do caso: pré-escolar de 2 anos, previamente hígido, deu entrada em Emergência Pediátrica com quadro de febre diária por 2 semanas associada à hematúria, prostração e dor abdominal. Há 1 dia da admissão, em consulta com pediatra, realizou exames que detectaram “massa no rim” o que motivou a procurar a emergência. Paciente foi internado para investigação do quadro. Realizou exames laboratoriais que evidenciaram leucocitose com desvio à esquerda, EAS com piúria maciça e hematúria, além de Ultrassonografia que demonstrou rim esquerdo com dimensões aumentadas, imagem nodular com ecotextura heterogênea, bem delimitada, no polo superior e Tomografia Computadorizada confirmando o diagnóstico de abscesso renal. Iniciada antibioticoterapia com Ceftriaxona. Urocultura apresentou crescimento de E. Coli (>100.000 UFC). Criança manteve picos febris diários. No 5º dia de internação, associada Amicacina ao tratamento. No 12º dia, paciente ainda mantinha febre. Esquema terapêutico foi trocado para Ertapenem. No 16º dia, realizada drenagem do abscesso. Saída de 23ml de conteúdo francamente purulento. Paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial progressiva. Completou 4 semanas de antibioticoterapia total. Discussão: abscessos renais são raros, principalmente em idade pediátrica, e podem ocorrer devido complicação de Pielonefrite Aguda. Exames complementares são muito úteis na elucidação diagnóstica. No caso apresentado, o tratamento prolongado com antibiótico não foi o suficiente, pois o paciente apresentou melhora apenas após a drenagem do abscesso. Conclusão: A hipótese de abscesso renal deve ser pensada quando houver o diagnóstico de Pielonefrite com persistência dos sintomas após 48 horas de antibioticoterapia adequada. O atraso no diagnóstico pode gerar riscos ao paciente como septicemia e morte. Por vezes, antibioticoterapia venosa não é o suficiente para o tratamento sendo necessário drenagem cirúrgica.