ACOMPANHAMENTO DE CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA EM AMBULATÓRIO DE INFECTOLOGIA NO INTERIOR DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: O citomegalovírus (CMV) é um vírus de DNA, transmitido entre humanos através de secreções. Na gestação, a transmissão vertical pode resultar em citomegalovirose congênita (CMVc), associada a perda auditiva e anormalidades neurológicas. O diagnóstico inclui exames neurológicos, sorologia e PCR para CMV. A terapia para casos sintomáticos inclui Ganciclovir ou Valganciclovir.
DESCRIÇÃO: Paciente com 7 meses, com relato de detecção materna de CMV na gestação, com desenvolvimento intrauterino adequado até a 34ª semana, quando foi detectada restrição de crescimento intraútero. Dez dias após o nascimento, apresentou crises convulsivas associadas a quadro febril, em tratamento com Fenobarbital. O diagnóstico de CMV congênito foi realizado por PCR sérico e da urina. Paciente foi internada para iniciar o tratamento com Ganciclovir durante 28 dias. Nos exames complementares foi observado tomografia de crânio e EEG sem alterações, PCR CMV positivo em sangue e urina, e sorologia positiva para IgG. A paciente respondeu bem ao tratamento sem apresentar anormalidades.
DISCUSSÃO: A replicação do CMV na placenta ocasiona hipóxia fetal crônica e restrição de crescimento intrauterino, como visto no caso relatado. O diagnóstico pós-natal inclui PCR nas primeiras três semanas de vida. No caso apresentado, a investigação foi feita por PCR após crises convulsivas, alteração neurológica associada à CMVc. 10% dos RN são sintomáticos ao nascimento, como observado no caso. Os RN sintomáticos apresentam maior gravidade e progressão da perda de audição. O CMV é a causa mais prevalente de infecção congênita e importante causa de deficiências neurológicas. Apesar do tratamento da infecção pelo CMV no período neonatal ser controverso, o diagnóstico possibilita acompanhamento do RN infectado pela possibilidade de aparecimento de morbidade.
CONCLUSÃO: O CMVc é a principal causa de infecção congênita com risco de desenvolvimento de sequelas. No caso analisado, a paciente enquadra-se na porcentagem com sequelas neurológicas, com boa resposta ao tratamento.