ADESÃO AO ACOMPANHAMENTO DE RECÉM NASCIDOS EXPOSTOS A SÍFILIS EM SERVIÇO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO

OBJETIVOS
Analisar a adesão ao acompanhamento de recém nascidos (RNs) expostos à sífilis em Ambulatório de Infectologia Pediátrica durante o primeiro ano de vida.

MÉTODOS
Estudo prospectivo observacional de RNs expostos à sífilis, aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa institucional. As crianças nascidas entre 07/22 e 01/23 foram incluídas no estudo para verificar o seguimento mínimo de um ano. Dados relativos à gestação, parto e acompanhamento conforme Nota Informativa 02/2022 do Programa DST/Aids-SP 1 foram analisados nesse período.

RESULTADOS
Foram incluídas 35 crianças, das quais 16 (45,7%) compareceram a cinco ou mais consultas e 20 (57,1%) completaram 12 meses de acompanhamento.
Foram consideradas não infectadas (dois exames não treponêmicos – VDRL- não reagentes sucessivos), 25/35 (71,4%) crianças.As consultas de seguimento ocorreram com as médias de idade de 81, 133, 184, 248 e 337 dias de vida. Todos os faltosos às consultas de seguimento foram convocados para novas consultas, como regra do serviço, mas seis crianças abandonaram o seguimento após o resultado do primeiro VDRL. A maioria nasceu de parto normal (25/35 = 71,4%) e a média de peso no nascimento foi de 3.070 g. Dezenove crianças (54,3%) apresentaram resultado de VDRL não reagente ao primeiro exame, 9/29 (31%) ao segundo exame e 5/20 (25%) no terceiro exame. A distância dos domicílios dessas crianças ao serviço variou de 9,7 a 85,5 quilômetros (km) com média de 28,9 Km.

CONCLUSÃO
A adesão ao acompanhamento por 12 meses foi insuficiente para avaliação completa da exposição perinatal à sífilis. A falta de informação adequada dos riscos inerentes à doença durante o acompanhamento pré-natal, além da distância do domicílio ao serviço de saúde podem ser as causas dessa dificuldade de adesão ao acompanhamento no primeiro ano de vida.