ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INSUFICIÊNCIA RENAL NA POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL BRASILEIRA EM 10 ANOS

Introdução: A lesão renal aguda é definida como um declínio abrupto da taxa de filtração glomerular e perda da homeostase do organismo. Constatam-se como as principais causas na pediatria: drogas nefrotóxicas, isquemia renal em enfermos, e sepse. Considerada uma urgência médica pediátrica, urge a compreensão de seu perfil epidemiológico no Brasil.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das internações e mortalidade por insuficiência renal na faixa etária pediátrica no Brasil em 10 anos.
Método: Realizou-se coleta de dados observacionais, descritivos e transversais no DATASUS sobre as internações por insuficiência renal em menores de 1 ano até 19 anos, por um período de dez anos, janeiro de 2012 a dezembro de 2021. Foram avaliados número de internações total e por faixa etária, taxa de mortalidade e valor de gastos públicos.
Resultados: Nesse período, registraram-se no Brasil 43.107 internações por insuficiência renal na pediatria, com máximo no ano de 2012 (4.584) e mínimo em 2021 (3.656). A taxa de mortalidade foi de 3,93, sendo a maior e a menor taxa para as idades de até 1 ano (15,04) e de 10 a 14 anos (2,15) respectivamente. A taxa média de mortalidade apresentou mínimo em 2015 (3,34) e máximo em 2019 (4,45). Constata-se gasto médio de 4.756,87 por internação, sendo a média mais elevada de 15 a 19 anos.
Conclusão: As internações apresentam tendência de queda, com redução de 22,3% em 2021 ao valor total em 2012. As taxas de mortalidade apresentam instáveis variações, mas pequena redução de 1,5%. Evidencia-se maiores incidências a partir dos 14 anos, e maior mortalidade na faixa etária neonatal. Em acréscimo, notam-se ciclos de aumentos seguidos de quedas na taxa de mortalidade total, remetendo descontinuidade na assistência a esta condição.