INTRODUÇÃO: Devido a características físicas e psicomotoras, a população pediátrica torna-se mais suscetível a sofrer lesões e acidentes por causas externas, de forma que estas são a segunda principal causa de hospitalização em indivíduos menores de 15 anos de idade. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico de óbitos por causas externas em crianças de 0 a 9 anos no estado do Pará entre 2017 e 2021. MÉTODO: Estudo epidemiológico observacional, descritivo e transversal, realizado a partir de dados secundários obtidos online no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram selecionadas as opções: Óbitos por causas externas e estado do Pará, além dos campos Grupo CID-10, ano do óbito e faixa etária. RESULTADOS: No período analisado foram registrados 784 óbitos sendo observado discreta redução de 2017 (n=182) a 2021 (n=164). O Grupo CID-10 afogamentos e submersão acidentais (W65-W74) concentrou a maior parte dessas mortes (n=349), o que pode ser justificado pela distribuição hídrica da região – que possui extensa bacia hidrográfica – e a fragilidade da vigilância. Acerca da faixa etária, aqueles entre 1 a 4 anos foram os mais afetados (n=396) por quase todos os grupos CID-10 analisados, exceto os outros riscos acidentais à respiração (W75-W84) em que as crianças menores de 1 ano foram as mais atingidas (n=114), isso ocorre devido a aspectos anatômicos e a pouca habilidade de comunicação dessa faixa etária para um pedido de socorro, o que dificulta uma intervenção precoce e aumenta o risco de óbito. CONCLUSÃO: A partir dos dados analisados, evidenciou-se que apesar da discreta redução desses óbitos ao longo dos anos, esses números ainda são elevados, demonstrando a necessidade de investimento em medidas preventivas e de educação em saúde, como orientação aos pais e responsáveis, treinamentos em Suporte Básico de Vida (SBV) e maior fiscalização de rios.