INTRODUÇÃO
As doenças meningocócicas permanecem significativas na faixa etária pediátrica, sendo potencialmente graves, com alta morbimortalidade. A pandemia de Covid-19 trouxe um período de exceção, principalmente no esforço contínuo das equipes de saúde para aumentar as taxas de imunização.
OBJETIVO
Sendo assim, o objetivo é analisar o perfil epidemiológico dos casos notificados, internações e óbitos por meningite na faixa etária pediátrica no Brasil.
MÉTODO
Estudo ecológico, retrospectivo, descritivo, com dados obtidos a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referente ao período de 2018 a 2023.
RESULTADOS
No período analisado, foram registrados 34.775 casos de meningite entre 0 a 19 anos no Brasil. As faixas etárias mais afetadas foram menores de 1 ano (31,49%) e entre 1 a 4 anos (31,3%). O sexo masculino representou 58,4%. Em 2018, houve 4.488 internações, 4.656 em 2019, redução em 2020 e 2021 para 2.577 e 2.210 casos, respectivamente. No entanto, houve aumento em 2022 e 2023, atingindo 3.796 e 3.725 internações até novembro de 2023, respectivamente. A maioria dos casos (33.970) não registrou sorotipo mas, dentre os identificados, destaca-se os sorotipos B e C, totalizando 698 casos. A região Sudeste teve a maior incidência (19.871 casos), seguida por Sul (7.508) e Nordeste (4.752). São Paulo liderou com 15.875 casos, seguido por Paraná (3.873) e Pernambuco (2.148). Quanto à raça, brancos e pardos representaram 78,75% dos casos, enquanto indígenas e amarelos tiveram a menor incidência. Importante ressaltar que a informação sobre raça foi ignorada em 17,56%. Houve o registro de 1.727 óbitos por meningite.
CONCLUSÃO
Com base nos dados apresentados, a análise demonstrou aceleração na ressurgência de casos de meningite, concentrando-se majoritariamente no Sudeste. A predominância nos primeiros anos de vida, a expressiva mortalidade e a conhecida queda nas taxas de imunização no Brasil são desafios significativos a serem enfrentados.