Introdução: A intoxicação medicamentosa ocorre quando sinais e sintomas são desencadeados após o contato de medicamentos com os olhos, pele ou membranas mucosas, resultando em doses acima das terapêuticas. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de intoxicações por medicamento em crianças, no período de 2017 a 2022, no estado de São Paulo. Metodologia: Estudo epidemiológico exploratório-descritivo de abordagem quantitativa, cujos dados de intoxicação por medicamento entre os anos de 2017 e 2022 são secundários do SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação). Os dados foram coletados em janeiro de 2024, sendo as variáveis levantadas: faixa etária, sexo, circunstâncias das intoxicações e tipo de exposição. Resultados: De 2017-2022 houve 21.761 casos notificados de intoxicação medicamentosa em crianças até 14 anos no Estado de São Paulo, sendo a faixa com maior quantidade de casos a de 10-14 anos. Nesta mesma faixa etária, a circunstância automedicação foi a mais incidente, sendo a circunstância a intoxicação acidental mais frequente na faixa etária 1-4 anos. Os dados demonstraram também que o sexo feminino é o mais acometido, ainda que isso não seja homogêneo em todas as faixas etárias, visto que meninas de 10-14 anos são as principais vítimas de intoxicação, diferente do sexo masculino, que se enquadra na faixa de 1-4 anos. Do total de 21.761 casos, 16.888 foram agudas-únicas. Conclusão: Conclui-se que o sexo feminino é principal vítima desse tipo de intoxicação, além da faixa etária predominante ser 10-14 anos. A principal circunstância é a acidental, seguida da automedicação. Observou-se que conforme menor a faixa etária (e consequentemente menor autonomia), maior a quantidade de casos em circunstâncias diferente da automedicação.