ANÁLISE TEMPORAL DA COBERTURA VACINAL DE POLIOMIELITE NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BRASIL

Introdução: O Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI) tem registrado queda preocupante nas taxas de cobertura vacinal nos últimos anos. A hesitação à vacinação decorre de diversos fatores: desconfiança na eficácia e segurança vacinal, percepção subestimada do risco de contaminação, dificuldades geográficas no acesso e limitações na obtenção de informações sobre o sistema de saúde, provocando déficit na saúde pública. Durante a pandemia de COVID-19, a avalanche de fake news aliada a desinformação contribuíram para redução da imunização brasileira, especialmente de Poliomielite. Objetivos: Analisar a cobertura vacinal de poliomielite em São José do Rio Preto (interior do estado de São Paulo) nos últimos 10 anos. Metodologia: Estudo ecológico descritivo realizado em 2023, mediante coleta de dados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI/CGPNI/DEIDT/SVS/MS). Foi analisada a cobertura vacinal, juntamente as doses calculadas, de poliomielite em São José do Rio Preto no período de 2013-2022. Resultados: Durante esses 10 anos houveram 25.026.054 doses aplicadas da vacina de poliomielite no Brasil, cobertura vacinal de 86,44%. Destas, 9.972.470 doses foram aplicadas na região Sudeste (87,53%), onde São Paulo apresentou terceira maior cobertura vacinal (88,04%) com 53,4% das doses, enquanto o município de São José do Rio Preto registrou 102,5% (56.355 doses). Análise temporal: 2013 (107,20%), 2014 (108,1%), 2015 (107,45%), 2016 (99,6%), 2017 (95,7%), 2018 (107,15%), 2019 (114,89%), 2020 (114,48%), 2021 (85,72%), 2022 (86,75%). A pandemia de COVID-19 desviou a cobertura vacinal para abaixo de 95%, valor preconizado pelo PNI. Conclusão: São José do Rio Preto ultrapassou a meta estipulada pelo PNI até 2020, entretanto atingiu menores médias em 2021 e 2022. Ademais, como a pesquisa procede de base de dados secundária casos de subnotificação e falha nos registros podem ter ocorrido. Sendo assim, evidencia-se a vulnerabilidade populacional para transmissão de poliomielite, tornando-se necessário adoção de campanhas e incentivos à imunização.