ANÁLISE TEMPORAL DOS CASOS DE SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA NA INFÂNCIA ENTRE 2002 E 2021 NO BRASIL

Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença viral que compromete o sistema imunológico dos indivíduos. Na população pediátrica, a principal via de contágio é a transmissão vertical, cuja ocorrência traz severas implicações a médio e longo prazo para a saúde dessas crianças. Objetivo: Avaliar a tendência temporal de notificação dos casos de AIDS na infância no território nacional, no período de 2002 a 2021. Método: Estudo quantitativo, transversal, observacional e descritivo, através de dados obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: No período avaliado, houve 14.892 casos notificados de AIDS em crianças no Brasil. Os anos com maior número de registros foram 2002 (10,95%) e 2003 (9,65%), enquanto 2020 (1,46%) e 2021 (1,66%) foram os com menor número de notificações. Verificou-se uma tendência de redução da quantidade de notificações ao longo dos anos. No entanto, o número relativo de casos teve uma evolução distinta de acordo com a faixa etária da criança, observando-se um aumento progressivo da proporção em crianças menores de um ano. Em 2002, correspondiam a 20,98% dos casos de AIDS na infância e, em 2021, passaram a representar 38,46%. O contrário ocorreu nas crianças entre 1 a 9 anos. Conclusão: A análise demonstra que, apesar de os casos de AIDS na infância estarem em declínio, os valores relativos aumentaram na população menor de um ano, o que evidencia uma redução mais acentuada das notificações entre as crianças de 1 a 9 anos. Isso demonstra a necessidade de maior assistência pré e pós-natal para as gestantes e vigilância mais assídua dos protocolos de profilaxia e manejo da AIDS na primeira infância.