ASPECTOS CLÍNICOS E TRATAMENTO DA SÍNDROME EPILÉPTICA RELACIONADA A INFECÇÃO FEBRIL NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Introdução: A Síndrome Epiléptica Relacionada a Infecção Febril (FIRES) é uma condição rara, de etiologia e tratamento ainda indefinidos. É considerada um subtipo do Estado Epiléptico Refratário de Início Recente (NORSE), o qual é caracterizado por estado de mal espiléptico refratário de início novo na ausência de uma causa estrutural, metabólica ou tóxica identificável em um paciente sem epilepsia ativa ou outro distúrbio neurológico existente. A Síndrome de FIRES acomete principalmente crianças em idade escolar sendo precedida por infecção febril, que ocorre entre 24 horas e 2 semanas antes do início do estado de mal epiléptico refratário. Objetivo: Descrever os aspectos gerais da Síndrome de FIRES, enfatizando os aspectos clínicos e possíveis tratamentos relatados na literatura. Método: Para aprofundamento no assunto, foi realizada pesquisa nas bases de dados PUBMED e Scielo, apoiada na revisão bibliográfica de literatura. Resultados: Os estudos analisados evidenciam que a etiologia da doença ainda permanece indefinida. Há hipóteses que a síndrome seja causada por mecanismos inflamatórios e autoimunes. Quanto ao quadro clínico, a síndrome de FIRES se inicia com uma doença febril em escolares previamente hígidos, as mais relatadas na literatura são infecções do trato respiratório superior e gastroenterites, que evoluem em 24 horas a duas semanas para crises convulsivas recorrentes, principalmente focais-motoras. Após a fase aguda da doença, os pacientes evoluem para um estágio crônico de epilepsia farmacorresistente com intenso comprometimento cognitivo. As modalidades de tratamento atuais incluem medicamentos antiepilépticos, estimulação do nervo vago, dieta cetogênica, corticosteróides, canabidiol, imunoglobulinas e coma de supressão barbitúrica. Conclusão: Apesar de poucas evidências, os esteróides, a dieta cetogênica, a fenitoína, o fenobarbital e o canabidiol podem ser boas opções para as fases crônicas da FIRES, no entanto, mais pesquisas são necessárias para consolidar um tratamento específico para a síndrome na infância.