Acidentes por animais peçonhentos, como o escorpionismo, possuem dados escassos por subnotificação. Algumas regiões do país chegam a ser problema de saúde pública. O envenenamento por escorpião pode causar um conjunto de sinais e sintomas que pode evoluir para coma e torpor, incluindo a morte. A precocidade no início dos sintomas abruptos e o potencial de gravidade em crianças revestem este agravo de especial importância. Em crianças menores de 12 meses, a avaliação médica deve ser realizada o mais rápido possível para que, quando indicado, o soro antiescorpiônico consiga em tempo, neutralizar a ação do veneno e reduzis os danos a saúde. Este trabalho tem como objetivo descrever os casos de escorpionismo oriundos de notificações compulsórias de pacientes pediátricos de zero a quatorze anos de idade, no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2021, no município de Jaú-SP. Foi realizado uma análise de dados oriundos do Ministério da Saúde através do sistema SINAN, e levantamento de óbitos por escorpionismo através do banco de dados da Secretaria de Saúde do município de Jaú. Observou-se 253 casos de picada por escorpião em crianças de 0 14 anos no período de pesquisa, onde a incidência menor foi no ano de 2015 e maior em 2020. A taxa de mortalidade no período foi de 0,1%, podendo considerar a baixa procedência de notificações, levando a considerar um possível equívoco de casos não preenchidos. Para tanto, conclui-se que embora os dados mostrem baixa taxa de mortalidade, existem óbitos que podem ser evitados, a partir da sistematização do atendimento de urgência ou medidas adotadas para que seja evitada a proliferação dos artrópodes, por meio de ações de controle, captura (busca ativa) e manejo ambiental.