Introdução: A Bioética clínica alicerçada pelo relacionamento empático entre profissionais de saúde e pacientes traz à tona a necessidade de mudança de paradigma nos cuidados em saúde. A empatia clínica é a arte nodal do cuidado, representa a maneira como os profissionais de saúde empatizam com os pacientes, é fundamental para o cuidado centrado no paciente, que por sua vez, é um pilar da qualidade do cuidado em saúde.
Objetivo: Medir a empatia clínica em profissionais da saúde e investigar os fatores associados com baixa empatia clínica, num serviço de neonatologia.
Método: Estudo transversal e observacional. A coleta dos dados ocorreu entre maio e dezembro de 2023, com questionário no REDCap contendo a Jefferson Scale of Empathy versão profissionais da saúde (JSE-HP). Foi calculada a empatia clínica global, por nível de cuidado (alto ou baixo risco) e os fatores associados a baixa empatia clínica foram avaliados em regressão logística multivariada, com nível de significância de p < 0.05. Este estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa e foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados: Cento e vinte e oito profissionais foram incluídos, com média de idade de 36 anos (DP 9,8) e 127 (99,2%) se identificaram como gênero feminino. A mediana da empatia clínica foi 117 (IIQ 111-124), sem diferença por nível de cuidado (p=0.44), com alfa de Cronbach de 0.77. A chance de baixa empatia clínica foi maior para aqueles com idade > 35 anos (OR 2.42, IC 95% 1.16-5.07, p=0.01) e formação máxima no nível técnico (OR 2.21, IC 95% 1.06-4.60, p=0.03).
Conclusão: A empatia clínica não apresentou diferença em relação ao nível de cuidado, mais sim em relação a idade e nível de formação. Esta empatia pode e deve aumentar, para que um cuidado de maior qualidade seja oferecido ao