CARACTERIZAÇÃO DO MICROBIOMA INTESTINAL EM RECÈM NASCIDOS COM DEFEITOS CONGÊNITOS DA PAREDE ABDOMINAL SUBMETIDOS À CORREÇÃO CIRÚRGICA EM CONDIÇOES BASAIS

Introdução: Recém nascidos portadores de defeitos congênitos da parede abdominal e do intestino submetidos à correção cirúrgica e internados em Unidades de Cuidado Intensivo são mais susceptíveis a influências ambientais, com consequente desordem da microbiota intestinal. Objetivos: Observar se os grupos apresentavam uma distribuição similar da composição microbiana no início da vida. Material e Métodos: Em um estudo prospectivo longitudinal descrevemos a composição da microbiota intestinal de um grupo de 30 recém-nascidos com defeitos congênitos da parede abdominal, os quais foram divididos em grupos de acordo com a malformação apresentada. Foi realizada a análise dos principais filos e gêneros observados no período basal, utilizando a primeira amostra coletada de cada recém-nascido, independente da semana de vida. Resultados: O filo mais abundante nos grupos foi Firmicutes, com prevalência no grupo com atresia / hérnia .. O segundo filo mais abundante foi Proteobacteria, com maior prevalência no grupo com onfalocele. Em relação aos principais gêneros observados entre os grupos no período basal, o principal gênero observado no grupo com onfalocele e no grupo com atresia / hérnia foi Staphylococcus, o qual foi o segundo mais abundante no grupo com Gastrosquise . O gênero mais abundante no grupo com gastrosquise foi Streptococcus, porém estes resultados não apresentaram significância estatística. Outros gêneros abundantes nos grupos foram Gemella, o qual estava significativamente maior no grupo atresia / hérnia, em relação ao grupo com gastrosquise, o gênero Lactobacillus, maior no grupo atresia / hérnia ( em relação ao grupo com gastrosquise. Conclusões: A composição do microbioma intestinal infantil é influenciada pelo nascimento, nutrição e meio ambiente. Os recém-nascidos, principalmente aqueles que permanecem por muito tempo na unidade de cuidados intensivos neonatal, devido às condições clínicas, são altamente suscetíveis a alterações no ambiente intestinal. Os gêneros potencialmente patogênicos foram dominantes na microbiota intestinal da maioria das crianças.