Introdução: A microcefalia, perímetro cefálico de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), frequentemennte associada à infecção via transmissão vertical pelo Zika Vírus, desencadeia alterações no Sistema Nervoso Central (SNC) e outras congênitas. Objetivo: Analisar os casos de microcefalia por Zika Vírus nos últimos 5 anos no Brasil. Método: Estudo ecológico descritivo realizado mediante coleta de dados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Incluíram-se as notificações de microcefalia por monoinfecção de Zika Vírus no período de 2015-2022, excluíram-se registros com características demais etiologias e critérios de classificação, ignorada ou em branco. Variáveis utilizadas: ano de notificação, alterações congênitas segundo peso do Recém-Nascido (RN), faixa etária materna e evolução para óbito. Resultados: Durante o período analisado registraram-se 207 casos no Brasil. Distribuição temporal: 2015-40, 2016-113, 2017-23, 2018-15, 2019-5, 2020-4, 2021-5, 2022-2. A microcefalia representou 44,5% dos casos, destacando-se RN entre 2.500g-3.999g (60 casos), até 1.500g (4 casos) e maior ou igual a 4.000g (2 casos). Em seguida, 42% por microcefalia com alterações do SNC (27 casos entre 1.500g-2.499g) e 17% por microcefalia com outras alterações congênitas. Conforme a faixa etária materna, houve prevalência de microcefalia apenas até os 34 anos (73 casos), enquanto entre 35-49 anos destacou-se a microcefalia com alterações do SNC (23 casos). Ademais, houve 29 óbitos, sendo 44,83% por microcefalia com outras alterações congênitas, 33,33% por microcefalia com alterações do SNC e 25,92% de microcefalia apenas. Conclusão: Microcefalia com outras alterações congênitas apresentou maior gravidade apesar de menor prevalência, seguido pela microcefalia com alterações do SNC e microcefalia apenas. Contudo, há limitações por proceder de uma base de dados secundária com provável subnotificação e falha de registros. Desse modo, torna-se necessária campanhas de planejamento reprodutivo e pré-natal visando a prevenção à infecção do Zika Vírus.