DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNA S E TROMBOEMBOLISMO VENOSO EM PEDIATRIA

Introdução: A Trombose Venosa Profunda (TVP) é a formação anômala de coágulos que podem levar a uma obstrução total ou parcial de veias profundas. A tríade: estase vascular, lesão endotelial e hipercoagulabilidade ou estado pós-trombótico, propicia a formação trombótica. A TVP é bastante prevalente na população em geral e rara no meio pediátrico, com escassez de dados que elucidem sua incidência e que direcionem as condutas. Descrição do caso: Paciente masculino, 7 anos, hospitalizado com queixa de início súbito de dor e edema em raiz de coxa direita, ausência de trauma ou infecções recentes. À ultrassonografia com doppler confirmou-se diagnóstico de TVP e iniciou-se anticoagulação com enoxaparina. Evoluiu com tosse e desconforto respiratório, apresentando à tomografia, áreas consolidativas, pneumatoceles e derrame pleural bilateral, necessitando de IOT e drenagem torácica, além de antibioticoterapia diversas vezes escalonada. Apresentou leucocitose com desvio à esquerda, plaquetopenia e hemocultura positiva para Staphylococcus aureus. Seu mielograma evidenciou proliferação de células granulocíticas. Recebeu alta após trinta e quatro dias, com prescrição de Rivaroxabana e acompanhamento com hematologista pediátrica. Discussão: A TVP destaca-se no meio pediátrico, sobretudo quando existem condições médicas subjacentes. Dessarte, entre os exames, destacam-se aqueles que identificam trombofilias hereditárias. Apesar de poucas evidências sobre as terapêuticas, as Diretrizes da Sociedade Americana de Hematologia sugerem que em casos de TVP sintomática, a anticoagulação deve ser estabelecida por 6 a 12 meses cautelosamente, devido a sangramentos. Portanto, heparinas de baixo peso molecular são mais utilizadas que as não fracionadas. A varfarina é muito utilizada, mas possui interação com alimentos. Assim, há aumento do uso off-label dos novos anticoagulantes orais. Conclusão: À medida que o tromboembolismo em crianças aumenta sua prevalência, evidencia um déficit de estudos principalmente sobre alternativas farmacológicas a serem empregadas nessa população específica. Logo, são necessários estudos que direcionem a conduta frente casos similares.