INTRODUÇÃO
A Doença de Kikuchi-Fujimoto, ou Linfadenite Histiocítica Necrosante, é uma patologia rara, autolimitada e de etiologia idiopática. Tal moléstia apresenta sintomas específicos, como linfadenopatia e febre intermitente.
DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente masculino, 3 anos, buscou pronto atendimento quatro vezes em quinze dias.
No primeiro atendimento, estava febril, com lesões exantemáticas morbiliformes pruriginosas em tórax, abdômen e dorso, e pápulas arredondadas pruriginosas no dorso e nádegas. Na segunda avaliação, apresentava-se febril, expansão lesional com acometimento também das mãos, além de odinofagia, otite à esquerda, dor ocular esquerda, tosse seca e sudorese noturna. Na terceira consulta, verificou-se melhora parcial das lesões, febre intermitente, formigamento nas mãos e membros inferiores dolorosos. No quarto atendimento, apresentou piora clínica associada à cefaleia occipital, sendo referenciado para hospital terciário.
Durante a internação, evoluiu com piora do estado geral e febre intermitente, associada à linfadenopatia cervical posterior bilateral com conteúdo necrótico. Inicialmente, foram prescritos sintomáticos e antibioticoterapia. Os exames laboratoriais e de imagem foram inconclusivos, sendo indicada biópsia excisional de linfonodo afetado. Após o procedimento, manteve-se medicação, com desaparecimento da febre e melhora clínica progressiva, recebendo alta hospitalar após 5 dias. O resultado da biópsia, pronto 7 dias após a alta hospitalar, revelou linfonodo com estrutura parcialmente preservada, apresentando folículos e centros germinativos, áreas paracorticais e seios medulares com proliferação de histiócitos, com raros eosinófilos, ausência de granulomas ou necrose, confirmando o diagnóstico.
DISCUSSÃO
A linfadenopatia cervical posterior e febre intermitente são sintomas clássicos da Doença de Kikuchi-Fujimoto. A análise histopatológica de linfonodo acometido é mandatória para confirmação, sendo comum a melhora do estado geral após biópsia excisional. Além da biópsia, a exclusão de outras patologias e a melhora do quadro clínico após o procedimento confirmaram o diagnóstico.
CONCLUSÃO
A realização da biópsia excisional foi conduta assertiva na confirmação diagnóstica, possibilitando seguimento direcionado e garantindo prognóstico positivo ao paciente.