Introdução
Doenças exantemáticas compõem grande número dos atendimentos na urgência. A maioria está relacionada a infecções virais, benignas e autolimitadas. Entretanto, outras etiologias, como as febres hemorrágicas, meningococcemia e outras doenças de potencial gravidade devem pertencer às hipóteses diagnósticas.
Descrição do caso
V.E.A.S., sexo feminino, três anos, admitida em pronto atendimento com exantema em membros, associado a edema em pé esquerdo e hiporexia. História de sintomas gripais na semana anterior. Prescrito sintomáticos e orientado retorno em caso de piora. Paciente retorna ao serviço após dois dias com febre, vômitos, prostração, hiperemia conjuntival, lábios hiperemiados, linfonodomegalia cervical, exantema em membros e edema de extremidades. Exames complementares evidenciaram PCR e VHS elevados e sorologia positiva para COVID-19 que, somado ao quadro clínico e laboratorial, levou ao diagnóstico de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Realizado tratamento com imunomodulador, corticoterapia e anticoagulação.
No terceiro dia de internação, evoluiu com choque cardiogênico, com necessidade de uso de aminas vasoativas e internação em Centro de Terapia Intensiva (CTI). Paciente evoluiu com melhora clínica após quatorze dias de internação, com seguimento ambulatorial.
Discussão
A SIM-P tomou destaque nos dois últimos anos em contexto da pandemia pelo coronavírus devido a sua rápida evolução e a gravidade dos casos. Destaca-se a necessidade da suspeição clínica em casos que preencham os critérios divulgados pelo Ministério da Saúde.
Conclusão
Reitera-se a importância do diagnóstico diferencial no serviço de urgência e na orientação de retorno ao atendimento diante de sinais de piora. Uma vez que, com a evolução da doença, novas manifestações clínicas surgem, propiciando maior clareza para elucidação do caso e melhor direcionamento da terapêutica.