DESRREGULAÇÃO SENSORIAL E INTEROCEPTIVA GRAVE EM PACIENTE COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro do Autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. Algumas crianças podem apresentar alterações do processamento sensorial e desrregulação do sistema interoceptivo, exercendo impacto nas atividades de vida diária.

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, 7 anos, sexo feminino, aos 7 meses, diagnosticada com Síndrome de Langer-Giedion tipo II.
Nos primeiros anos de vida notava-se sinais como: olhar perdido, incômodo com certas texturas de alimentos, ausência de fala, além de uma aparente surdez quando a chamava pelo nome, não apontava para objetos, fazia birras intermináveis, com descontrole importante, chegava a vomitar inúmeras vezes, não se interessava por outras crianças, não brincava com brinquedos de forma convencional, sempre foi muito resistente à dor, não pedia para beber água, ir ao banheiro ou sinalizava que estava com fome, não pisava em grama, não entrava em piscina, não deixava escovar os dentes, foi então diagnosticada com transtorno do espectro autista com 03 anos de idade.

DISCUSSÃO: Estudos indicam que a neuroplasticidade é maior nos primeiros anos de vida, o que implica impacto terapêutico mais efetivo. Ou seja, a resposta à estimulação é maior nessa fase. Portanto, há forte recomendação de que o tratamento multidisciplinar deve ser iniciado imediatamente após suspeita diagnóstica. Mesmo quando se tratam de condições geneticamente determinadas, fatores ambientais podem exercer forte influência sobre a apresentação clínica. É importante que a criança seja inserida em uma rotina funcional de atividades no contexto domiciliar com sucessivos estímulos.

CONCLUSÃO: A detecção precoce da desregulação sensorial e interoceptiva com consequente intervenção são essenciais para promoverem percepção efetiva de estímulos relevantes, minimizar buscas sensoriais atípicas e modular as respostas perceptuais aos diferentes contextos, buscando melhorar a qualidade de vida dessas crianças.