DOENÇA CELÍACA: FATORES BIOPSICOSSOCIAIS NA INFÂNCIA

INTRODUÇÃO: A doença celíaca (DC) é uma doença inflamatória crônica autoimune caracterizada pela intolerância persistente do intestino delgado à gliadina, uma proteína monomérica responsável pela extensibilidade do glúten. A maior incidência ocorre na infância principalmente em meninas de 5 anos. A criança pode apresentar outras doenças relacionadas à DC, além de prejuízos no desenvolvimento físico e psicossocial, com comprometimento na qualidade de vida e associação com psicopatologias na infância. OBJETIVO: Realizar uma revisão bibliográfica sobre a DC, avaliando as patologias relacionadas e as repercussões psicossociais desencadeadas pela doença. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório e qualitativo construído através de uma revisão de literatura de artigos acadêmicos e repositórios científicos. RESULTADOS: Constatou-se uma forte associação entre DC e outras doenças na infância, como epilepsia, neuropatia periférica e diabetes mellitus tipo 1. Observou-se a presença de afecções psiquiátricas na metade dos casos, como ansiedade e depressão, principalmente nas crianças que não conseguem se adaptar à terapêutica, seguindo a dieta sem glúten no ambiente escolar ou domiciliar. Sendo observado que muitas vezes são incompreendidas ou estigmatizadas, o que prejudica o processo de aceitação da doença e adesão à terapêutica com a dieta adequada. CONCLUSÃO: As crianças com diagnóstico de DC necessitam de um acompanhamento biopsicossocial, sendo de extrema importância a pesquisa e a observação cautelosa de manifestações clínicas das doenças relacionadas ao diagnóstico primário. É válido um apoio multidisciplinar, principalmente psicológico ao paciente, para auxilio no processo de aceitação da doença e de adaptação à terapêutica seguindo a dieta sem glúten, a fim de melhorar progressivamente sua qualidade de vida, visando um bom desenvolvimento da criança em todas as funções.