DRACRIOCISTITES DE REPETIÇÃO: RELATO DE CASO

Introdução: a dacriocistite aguda surge a partir da oclusão do canalículo comum, em consequência de um processo inflamatório no interior do saco lacrimal, evoluindo para uma tumoração dolorosa. A principal etiologia é infecciosa, principalmente bacteriana. O tratamento consiste em antibioticoterapia, higiene local e cirurgia. Descrição do caso: paciente de 3 anos, sexo feminino, com histórico de lacrimejamento bilateral recorrente, que evoluiu ao longo de 1 ano com 3 episódios de dacriocistite aguda. O último episódio ocorreu em outubro de 2022, quando a paciente procurou assistência médica devido a quadro de lesões periorais sugestivas de impetigo, saída de secreção purulenta pelos ductos lacrimais e abcessos infraorbitários bilateralmente. Foi realizada tomografia de face no dia da admissão que confirmou a dacriocistite. A paciente fez uso de antibioticoterapia e após melhora do processo infeccioso foi submetida a abordagem cirúrgica pela equipe da oftalmologia. A paciente teve desfecho favorável, apresentou melhora da dacriocistite de repetição e atualmente mantém seguimento de rotina com a equipe da oftalmologia. Discussão: a dacriocistite ocorre devido a uma obstrução do ducto lacrimal, o que resulta em estase da lágrima, propiciando a proliferação de bactérias. Os agentes etiológicos mais frequentes são as bactérias, principalmente: Staphylococcus aureus e Streptococcus beta-hemolítico. Manifesta-se com epífora, conjuntivite, abaulamento cístico sob a pele, abaixo do ligamento palpebral medial. Entre as complicações estão a alteração da acuidade visual, celulites, infecções do sistema nervoso central e obstrução crônica do ducto. Em relação ao tratamento, são recomendadas medidas de higiene, associadas a colírios antissépticos e antibióticos. O tratamento definitivo é cirúrgico (dacriocistorrinostomia externa ou endonasal). Conclusão: a dacriocistite aguda pode trazer consequências sérias se não for abordada de forma correta. Os sintomas podem ser confundidos com outras condições clínicas, como conjuntivite, por este motivo a equipe deve considerar essa hipótese em casos de epífora e secreção purulenta ocular.