EFICÁCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NÃO-INVASIVA NO TRATAMENTO DOS SINTOMAS URINÁRIOS E FECAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ESPINHA BÍFIDA

Introdução: A disfunção intestinal e urinária de base neurogênica é caracterizada pela perda do controle voluntário da urina e das fezes, levando à constipação e à presença de sintomas urinários em crianças e adolescentes refratários ao tratamento conservador. A neuromodulação é utilizada como tratamento que estimula as fibras nervosas, retornando a órgãos-alvo de maneira mais eficiente. Embora este tratamento apresente resultados promissores, é necessário a realização de uma revisão sistemática sobre o assunto. Objetivos: Avaliar a eficácia da neuromodulação não invasiva na melhora dos sintomas intestinais e urinários em crianças e adolescentes com espinha bífida. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados por meio de busca nas bases de dados PubMed, Physiotherapy Evidence Database, ScienceDirect, Biblioteca Virtual em Saúde e EMBASE. A qualidade metodológica foi avaliada através da escala de ferramentas de risco de viés. Resultados: Foram incluídos quatro ensaios clínicos randomizados. Nos desfechos urinários, na análise intergrupos, em um estudo, o escore de incontinência urinária, número de fraldas por dia e pressão no ponto de vazamento do detrusor apresentaram melhora com o uso da neuromodulação em relação ao grupo controle com (p=0,02), (p=0,03) e (p=0,03) respectivamente. Outro estudo também mostrou grau de melhora através da eletroestimulação no escore de incontinência urinária (p=0,01). Esse mesmo artigo relatou o benefício da utilização desse tratamento através da análise de resíduo pós-miccional (p=0,02) e dissinergia do esfíncter detrusor (p=0,05). Em relação aos resultados fecais, um artigo mostrou que houve melhora com o tratamento no número de defecações (p=0,01), dor durante a defecação (p=0,01), pressão do esfíncter anorretal (p=0,04) e na disfunção intestinal neurogênica pontuação (p=0,01). Conclusão: Embora esta revisão sistemática tenha demonstrado melhora dos sintomas urinários e intestinais com o uso da Eletroestimulação não invasiva, a heterogeneidade dos estudos não permite afirmar a real eficácia desta modalidade de tratamento.