ENCEFALITE SECUNDÁRIA À DENGUE EM PEDIATRIA: RELATO DE 2 CASOS

INTRODUÇÃO:
A dengue representa a mais frequente arbovirose humana, sendo o Brasil o país responsável pelo maior número de casos anualmente relatados. Em sua forma grave pode cursar com manifestações de sistema nervoso central. O presente trabalho visa relatar dois casos de encefalite por dengue.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Caso 1, masculino, 2 anos, com história de febre e vômitos durante 03 dias, deu entrada no pronto-atendimento no 4º dia de doença após evoluir com sonolência e episódios de mioclonias em MMSS e MMII. Caso 2, feminino, 21 meses, foi admitida devido quadro de espasmos e alteração do sensório há cerca de 10 horas. Há quatro dias vinha cursando com episódios de febre persistente. Ambos previamente hígidos.
Após admissão em UTI pediátrica, foi iniciado Ceftriaxona e Aciclovir em ambos os casos, e realizado coleta de LCR. Foi realizada sorologia IgM para dengue (reagente) sendo então confirmado o diagnóstico de encefalite por dengue, conforme os critérios diagnósticos. Os antibióticos foram suspensos e foi adotada a realização de pulsoterapia com Metilprednisolona. Ambos pacientes evoluíram com melhora do nível neurológico, recebendo alta hospitalar.
DISCUSSÃO:
Cerca de 1 a 5% dos casos de dengue evoluem com manifestações neurológicas, sendo este o arbovírus frequentemente responsável pela ocorrência de encefalite viral em humanos no mundo. Dentre os sintomas predominantes estão sonolência, afasia, crise convulsiva, confusão mental, agitação psicomotora, perda de memória, ataxia, disartria, mioclonia e coma. O surgimento de doença neurológica em paciente com sorologia IgM positiva para dengue ou presença de antígenos virais no sangue confirma diagnóstico da manifestação neurológica associada a dengue.
CONCLUSÃO:
Nos últimos anos têm-se observado um aumento na incidência de acometimento neurológico associada infecção pelo vírus da dengue, fazendo-se necessário contemplar a importância de a incluirmos no diagnóstico diferencial de manifestações neurológicas no curso de doença viral ou pós-viral, dada sua importância epidemiológica.