Introdução: A avaliação da taxa de mortalidade precoce associada à gravidez na adolescência faz-se necessária pois esta é considerada um indicador que reflete as condições sociais e econômicas regionais, bem como a qualidade de assistência prestada no pré-natal, parto, nascimento e ao recém-nascido.
Objetivo: Descrever a tendência da taxa de mortalidade neonatal precoce entre mães adolescentes no Brasil, entre 2000 e 2020.
Métodos: estudo ecológico, de abordagem quantitativa, utilizando dados secundários de acesso público disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A análise temporal foi realizada com a aplicação do modelo de regressão por pontos de inflexão (Joinpoint Regression Model).
Resultados: A região Nordeste apresentou o maior número de óbitos neonatais precoces (37.919), enquanto a região Centro-Oeste apresentou o menor, com 7.911 óbitos. A tendência temporal geral entre 2000 e 2020 da taxa de mortalidade neonatal precoce dos filhos de mães adolescentes no Brasil demonstrou padrão decrescente (AAPC = -0,90, p<0,001). A maior tendência de diminuição foi observada no Sul do país (AAPC = -2,23, p<0,001).
Conclusão: Os achados sugerem a necessidade de políticas públicas intersetoriais direcionadas à assistência ofertada às adolescentes grávidas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.