ENDOMETRIOSE: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR PÉLVICA CRÔNICA NA ADOLESCÊNCIA

Introdução: A endometriose (EDM) é uma patologia crônica, benigna, estrogênio-dependente e de natureza multifatorial que consiste na presença e no desenvolvimento de tecido glandular endometrial fora da cavidade uterina, sendo descrita em 25% a 38% das adolescentes portadoras de dor pélvica crônica. Apesar do início dos sintomas na adolescência e dos avanços nos métodos de imagem, ainda é uma doença pouco explorada e há demora na confirmação diagnóstica. Objetivo: Identificar evidências científicas acerca da endometriose em jovens dando enfoque ao diagnóstico precoce e seu atraso. Método: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com a pergunta norteadora: “É possível diagnosticar endometriose precocemente na adolescência?”. As buscas foram feitas em artigos na base de dados da Scientific Electronic Library Online e protocolos do Ministério da Saúde e Federação brasileira de associações de ginecologia e obstetrícia (FEBRASGO), publicados nos últimos 10 anos que estivessem completos e que possuíssem relevância com o tema. Resultados: No Brasil, o tempo transcorrido desde o início dos sintomas até o diagnóstico é em média 7,4 anos para mulheres com dor pélvica. Os sintomas na adolescência podem ser diferentes e isso inclui queixas como dismenorreia severa não responsiva a terapia empírica, dispareunia profunda, dor pélvica crônica, dor ovulatória, sintomas urinários ou evacuatórios perimenstruais e fadiga crônica, ou mesmo, serem assintomáticas. Esses achados devem impulsionar a investigação da EDM, sendo imprescindível que se realize o exame ginecológico e exames de imagem como ultrassom pélvico e transvaginal e a ressonância magnética com protocolos especializados para que confirme a EDM. As principais formas de acometimento são peritoneais e ovarianas, sendo necessário avaliar e diferenciar cada situação para que o tratamento seja correto em pacientes adolescentes. Conclusão: É fundamental associar os sintomas apresentados, história patológica do paciente e medicamentos em uso, para assim, diagnosticar precocemente a endometriose em adolescentes com dor pélvica crônica.