Introdução: O estado nutricional (EN) dos pais pode influenciar o EN de seus filhos. Objetivo: Avaliar a associação entre o EN de adolescentes e de seus pais biológicos em uma coorte de nascimentos brasileira. Método: Estudo transversal, da coorte populacional de nascimentos de Ribeirão Preto/SP BRISA. A coorte iniciou no ano de 2010, incluindo 95,7% dos nascidos no município, e estes foram reavaliados aos 11-13 anos de idade. A aferição das medidas antropométricas (peso e altura) e a classificação do EN (pelo índice de massa corporal – IMC) dos adolescentes e dos seus pais foram realizadas conforme as orientações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN (BRASIL, 2011). Dados sociodemográficos e econômicos também foram coletados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 26288619.7.0000.5440). As classificações do IMC foram agrupadas em duas categorias (sem e com excesso de peso). Foi calculada a razão de prevalência e seu IC95%. Os dados foram analisados pelo software STATA 14.0 e adotado um nível de significância de 5%. Resultados: Foram incluídos 2959 adolescentes que realizaram a avaliação antropométrica, sendo 48,1% (n=1422) do sexo feminino, 55,7% (n=1632) com cor da pele referida branca e 47,5% (n=1345) em classe socioeconômica B. Em relação ao EN, 42,3% (n=1253) dos adolescentes apresentaram excesso de peso. De 2479 mães e 300 pais biológicos que realizaram a avaliação antropométrica, 76,2% (n=1888) e 81,7% (n=245) apresentaram excesso de peso, respectivamente. Houve associação entre o estado nutricional dos adolescentes e de seus pais biológicos: as mães e os pais com excesso de peso apresentaram maior frequência de filhos com excesso de peso (RP: 1,53, IC95%: 1,34-1,74 e RP: 2,17, IC95%: 1,29-3,64). Conclusão: Existe uma associação entre o EN dos adolescentes e de seus pais biológicos.