Introdução: A esquistossomose, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, apresenta formas clínicas diversas, sendo a esquistossomose intestinal a mais predominante, o que resulta uma preocupação significativa em saúde pública, considerando todo território brasileiro, sobretudo áreas endêmicas. No período de 2019-2023, foram registrados 635 casos em crianças e adolescentes na Região Sudeste, os quais se concentraram a maioria no Estado de Minas Gerais (MG), sinalizando a permanência dessa doença como um problema a ser solucionado. Até o momento, não há literatura sobre os casos diagnosticados na Região Sudeste durante esse período. Objetivo: Descrever a prevalência de esquistossomose intestinal em crianças e adolescentes no Estado de MG.
Metodologia: Estudo ecológico baseado em dados do DATASUS, a partir de casos confirmados de esquistossomose intestinal no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram coletadas notificações de casos confirmados de Schistosoma mansoni no período de 2019-2023 em crianças e adolescentes de 1-19 anos no Estado de MG, mediante a variável de grupos por faixa etária por meio da análise de estatística descritiva. Resultados: Foram computados 554 casos de esquistossomose intestinal em MG, que representa 87,24% dos casos da Região Sudeste, sendo a faixa etária mais afetada de 15-19 anos, o que reflete 42,24% (234) das notificações, seguida de 10-14 anos, correspondendo a 31,41% (174), 5-9 anos com 19,49% (108) e 1-4 anos com 6,86% (38) dos casos. Ademais, o número de notificações aumenta gradualmente com as faixas etárias de cada grupo. Conclusão: A descrição da prevalência de esquistossomose intestinal no Estado de MG revela uma predominância das notificações em adolescentes, o que pode indicar práticas de exposição ou comportamentos de risco nessa faixa etária. Assim, o estudo contribui para destacar a necessidade de intervenções específicas em MG, por parte das autoridades de saúde, com o intuito de prevenir a esquistossomose intestinal nas áreas endêmicas.