INTRODUÇÃO: O hemangioma da infância (HI) é o tumor benigno mais frequente da infância, com incidência de 5-10% dos nascimentos. Acomete principalmente prematuros, de ascendência caucasiana e do sexo feminino. Regride espontaneamente em anos, e pode complicar com ulceração e sangramento. RELATO DE CASO: Sexo feminino, 11 meses, gemelares, prematuras de 27 semanas, caucasianas e baixo peso ao nascer (Gêmea A: 1100g, Gêmea B: 1070g). Diagnóstico de lesão precursora de hemangioma ao nascimento em ambas. Iniciaram crescimento com placa vinhosa aos 15 dias de vida, na UTI neonatal. Permaneceram internadas em UTI neonatal por 2 meses e 17 dias. Ao exame, gêmea A apresentava placa circular, com bordas irregulares, de aproximadamente 3,7 cm x 3,0 cm em glúteo direito. Gêmea B apresentava placa circular, vinhosa, com bordas regulares, de aproximadamente 2,5 cm x 2,5 cm em glúteo direito. Ambas foram tratadas com timolol 0,5 mg/kg solução oftálmica, 2 gotas de 12/12h desde 30 dias de vida. DISCUSSÃO: Hemangiomas são resultado de uma desregulação na vasculogênese e angiogênese, explicada por diferentes hipóteses. Dentre elas, a de que um estresse hipóxico leva à superexpressão de fatores angiogênicos, o que leva à proliferação de células-tronco da pele fetal e sua diferenciação em células endoteliais. Estudos confirmaram que o sexo feminino e a prematuridade são fatores de risco para o HI, mas o baixo peso ao nascer se revelou como o maior de todos os fatores de risco. Foi observada uma concordância de 41% em gêmeos do sexo feminino. Associações pré-natais incluem idade materna avançada, placenta prévia e pré-eclâmpsia. CONCLUSÃO: O relato inclui os principais fatores de risco e destaca a importância de os conhecer para que se chegue ao correto diagnóstico.