Introdução: uma vez que o tratamento da dor na criança é considerado essencial, devendo ser feito de maneira adequada e holística, mas que atualmente esse cuidado ainda é negligenciado no ensino e na assistência, é importante compreender quais estratégias são conhecidas para o manejo dessa dor, especialmente as estratégias não farmacológicas.
Objetivo: o objetivo deste trabalho é responder à pergunta: qual o entendimento dos professores do curso de medicina de uma universidade federal sobre tratamentos não medicamentosos da dor em crianças?
Metodologia: após aprovação do comitê de ética, foram entrevistados professores do curso de medicina de uma universidade federal do interior do estado de São Paulo. Após, os resultados foram tabulados e realizado análise estatística com significância de 5%.
Resultados e discussão: 6 professores foram entrevistados, 1 com idade entre 31 e 40 anos e o restante acima de 41 anos, sendo 1 homem e 5 mulheres. Todos tinham doutorado ou eram especialistas. Todos concordaram que o tema dor pediátrica é importante. Entre as dificuldades encontradas no ensino da dor pediátrica, 3 professores acreditam que esse tema não é ensinado e os demais acreditam que é difícil ensinar aspectos psicossociais da dor. Sobre as práticas não farmacológicas em pediatria, alguns acreditam que o desconhecimento de evidências científicas por parte dos docentes é um problema no ensino médico da temática. Todos acreditam que o uso dessas práticas deve ser maior, sendo que há descrição de que os efeitos colaterais são muito menores e o custo, normalmente, é mais baixo, sendo práticas efetivas e bem menos traumáticas.
Conclusão: existem lacunas no conhecimento dos professores de medicina sobre tratamentos não farmacológicos da dor em pediatria e estratégias de educação continuada devem ser fomentadas pelas instituições.