Introdução: Na adolescência ocorrem transformações importantes para construção da personalidade, por isso, diversos fatores sociais e fisiológicos podem influenciar e resultar em distúrbios. Diante disso, a incessante busca por padrões de beleza extremos pode ocasionar um desequilíbrio narcisista, contribuindo para transtornos alimentares, como anorexia nervosa e bulimia nervosa. Objetivo: Investigar a relação de autoimagem e desenvolvimento de possíveis transtornos alimentares. Método: Estudo descritivo qualiquantitativo realizado mediante formulário online estruturado e fechado, elaborado pelos pesquisadores, respondido por 407 adolescentes. Critério de inclusão: sexo masculino ou feminino de 12-18 anos e residentes no estado de São Paulo. Critérios de exclusão: não concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Pesquisa submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE 49569421.6.0000.5489, parecer 4.846.462, atende a resolução 466/2012. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 15,9 com predomínio do sexo feminino numa proporção de 2:1. Apenas 78 adolescentes sentiram não conseguir controlar a quantidade de alimentos ingeridos. Entretanto, quase o dobro relatou não ser compulsivo. Ademais, somente 61 adolescentes nunca receberam comentários corporais desagradáveis e 69 já receberam, mas nunca se incomodaram. 59,2% dos comentários incômodos foram provenientes de pais e/ou parentes, seguido de colegas de escola (35,4%) e 5,4% de desconhecidos. É notório: o pensamento sobre si está intrinsecamente relacionado aos comentários recebidos, pois meramente em 11,8% peso ou forma corporal não interferem nesse pensamento, já para 53,8% possuem importância e os demais relataram extrema importância na situação. Conclusão: Julgamentos corporais, principalmente de pessoas íntimas, predispõe distorção da autoimagem corporal, sobretudo do sexo feminino, e transtornos alimentares em adolescentes. Assim, torna-se necessário adoção de medidas educativas de conscientização paternas e escolares sobre o impacto corporal-emocional intimamente relacionado ao risco de desenvolver distúrbios alimentares. Ainda, salienta-se que o estudo possui limitações por proceder de amostragem relativamente pequena.