Introdução: A taxa de retorno em até 72 horas ao departamento de emergência é considerada um indicador de qualidade, dado que pode decorrer de falha no atendimento inicial (cerca de 5 a 20%), além de falhas de comunicação no contexto da alta, checagem de exames pendentes, acompanhamento de evolução clínica, dentre outras. Considera-se que parte dos retornos poderia ser evitada com implementação de medidas pelas organizações. Objetivo: Monitorar a taxa de retornos em até 72 horas ao setor pediátrico de unidade municipal de Pronto Atendimento da cidade de São Paulo, classificar e categorizar os motivos de retornos e avaliar impacto de ferramenta de telemonitoramento nesses retornos. Método: Analisados dados gerenciais da unidade de pronto atendimento em relação a taxa de retorno em até 72 horas. Feita análise dos prontuários dos pacientes que retornavam para determinação das principais causas e planejamento de ações. Implementada ferramenta de telemonitoramento para reavaliação de pacientes com necessidade de checagem de exames, sem necessidade de retorno presencial e avaliado impacto sobre a taxa de retornos. Resultados: No ano de 2022 a taxa de retornos variou de 4,84% a 8,15%, sendo a maioria pacientes de baixa complexidade. Cerca de 22% dos retornos foi para checar resultados de exames. Após a introdução da ferramenta de telemonitoramento em setembro de 2022, a taxa caiu para 3 a 6%, correspondendo a uma redução geral da média de retornos de 7,21 (1o semestre) para 5,8% (2o semestre). Foram reconvocados para atendimento presencial somente 2,5% dos pacientes e não houveram eventos relacionados ao uso da ferramenta. Conclusão: A introdução de ferramenta de telemonitoramento no departamento de emergência reduziu a taxa de retornos evitáveis que oneram o sistema de saúde e a família, sem prejuízo à segurança do atendimento.
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Filiada da Sociedade Brasileira de Pediatria
Departamento de Pediatria da APM
