Introdução: A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada por alterar os eritrócitos para formato de foice, intensificando o processo de hemólise causando anemia.A doença pode cursar com inúmeras complicações, como crise vaso-oclusiva(CVO).A CVO é uma complicação comum, que causa dor devido isquemia tecidual uma vez que os eritrócitos falcizados aderem-se ao endotélio vascular,diminuindo a luz do vaso,ocasionando estase sanguínea e diminuição do fluxo sanguíneo. Situações que aumentam a falcização dos eritrócitos,como frio,aumento do consumo de oxigênio(exercício físico intenso), infecções,aumentam a deposição desses depranócitos no endotélio dos capilares causando uma CVO. Essa complicação pode ocorrer em qualquer órgão, incluindo medula óssea, porém infarto ósseo é acompanhado com aumento da sensibilidade,edema, hiperemia,febre e leucocitose. É sempre importante realizar diagnostico diferencial para osteomielite,já que o tratamento de infarto ósseo é conservador. Caso clínico: Paciente 11 anos com anemia falciforme,internado por quadro de pneumonia associada a atelectasia, evoluiu com quadro de sindrome toracica aguda e crise de dor em ombro esquerdo e membros inferiores, em uso de Claritromicina e Ceftriaxone. Durante internação,escalonado antibiotico para Vancomicina e Meropenem, apos 3 dias evoluiu mantendo febre e apresentando hematomas subgaleais espontaneos bilateralmente decorrente de CVO em calota craniana.Mantido tratamento medicamentoso até melhora do quadro entretanto manteve persistência da febre, ampliado investigação com broncoscopia que evidenciou lavado brônquico reagente para galactomanana e detectado pcr de micobacteria tuberculose,concluindo diagnóstico para aspergilose e tuberculose pulmonar.Após iniciar tratamento com Voriconazol e RIPE paciente evoluiu com melhora clinica e laboratorial.Discussão: A CVO é uma complicação comum da anemia falciforme, principalmente em vigência infecções, porém a localização de CVO em calota craniana é rara. O tratamento é oxigenioterapia,hidratação e analgesia, como uma CVO em qualquer outra localidade. Conclusão: O profissional deve ficar atento, mantendo vigilância clínica/laboratoria/radiológica rigorosa, devido risco de evolução para AVC. Concomitantemente, deve-se tratar o quadro infeccioso, para melhor resolução clinica.