MANEJO TERAPÊUTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA), segundo o IBGE, registra 2 milhões de pacientes no Brasil, tornando pertinente analisar terapêuticas implementadas atualmente no país.
Objetivo: Analisar o manejo do autismo em crianças e adolescentes comparando com a literatura e diretrizes brasileiras vigentes.
Método: Pesquisa nas plataformas Pubmed e Lilacs, além de levantamento das publicações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), visando uma panorâmica revisão da literatura. As palavras-chaves foram: “Autism Spectrum Disorder”, “Therapeutics” e ´Children”, em publicações dos últimos 5 anos, em crianças e adolescentes. Critérios de exclusão de idade e abordagem temática foram aplicados.
Resultados: Obteve-se 154 artigos, sendo que 88 se adequaram aos descritores da pesquisa e aos critérios de exclusão. A terapêutica farmacológica mais citada foi a ocitocina, presente em 10,22% dos artigos analisados, dos quais, 55,55% indicaram melhora dos sintomas comportamentais e da interação social, sem efeitos adversos descritos para esse fármaco. Quanto ao manejo não medicamentoso, ocorreu fragmentação de resultados, com prevalência da aplicação de tecnologia assistiva, citada em 5,68% dos artigos, sendo que em 80% desses, houve melhora dos sintomas do TEA. A análise direta dos resultados mundiais surpreendeu pela contraposição da terapia medicamentosa mais utilizada e sua proscrição por parte da última diretriz de TEA da SBP, a qual não considera o uso de ocitocina eficaz. Por outro lado, quanto à terapêutica tecnológica, a pesquisa corrobora com a diretriz, sugerindo ainda que há efeitos benéficos também nos sintomas comportamentais e sociais, além da melhora de habilidades comunicativas, como já citado na diretriz.
Conclusão: Diante da relevância do tema exposto e da discordância comparativa entre resultados encontrados em nossa revisão e as terapêuticas propostas na diretriz brasileira, percebemos a necessidade de um melhor alinhamento entre a realidade terapêutica implementada efetivamente no mundo e as práticas propostas pela diretriz em nosso país.