Introdução: Na gestação e lactação ocorre aumento da reabsorção óssea para atender as demandas de cálcio do feto, do recém-nascido e do lactente. O mecanismo mais relevante, durante a fase do aleitamento materno, parece ser a desmineralização óssea materna temporária. Objetivo: Avaliar a evolução da massa óssea de mulheres nutrizes por densidade mineral óssea e marcadores bioquímicos de formação e reabsorção óssea durante o período de amamentação exclusiva (AME) e após um ano de aleitamento. Métodos: Nutrizes (n=38) foram avaliadas aos 15 dias pós-parto, seis meses e um ano. Avaliados conteúdo (CMO) e densidade mineral óssea (DMO), pela densitometria óssea (DXA) e determinação dos biomarcadores ósseos: osteocalcina (OC), fosfatase alcalina óssea (FAO) e telopeptídeo carboxiterminal (S-CTX). O projeto foi aprovado pelo CEP parecer 3.662.275/2019. Para comparações entre nutrizes do mesmo grupo utilizou-se o teste t – Student pareado, entre nutrizes de grupos diferentes, teste t – Student, e na análise longitudinal ANOVA seguida do teste de Tukey. Aceitou-se p < 0,05. Resultados: Houve perda significativa de DMO em coluna lombar (p< 0,001), de corpo total (p < 0,001), assim como, em fêmur proximal total ao longo dos seis meses de AME frente aos obtidos de nutrizes aos 15 dias pós-parto. Aos 12 meses pós parto, os resultados densitométricos, indicaram tendência a retornar às médias evidenciadas no momento 15 dias pós -parto. Aos 12 meses pós-parto, verificou-se redução significativa do marcador de reabsorção S-CTX frente às concentrações observadas aos 15 dias e aos seis meses (p <0,001). Conclusão: Houve perda significativa de densidade mineral óssea em coluna lombar, corpo total e fêmur proximal total aos seis meses de AME. Após 12 meses, mesmo continuando amamentação de forma complementar, os resultados densitométricos tenderam a retornar às médias evidenciadas em momento 15 dias pós-parto.
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Filiada da Sociedade Brasileira de Pediatria
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