INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta aspectos sociais e cognitivos de formas amplamente variadas. A etiopatogenia é multifatorial e resulta de uma complexa interação entre fatores genéticos e ambientais. Estudos recentes demonstram um significativo aumento na incidência deste transtorno, e a principal razão fundamenta-se na ampliação da conscientização e informação sobre o tema, o que eleva o número de diagnósticos. OBJETIVOS: Analisar os dados epidemiológicos acerca da incidência do TEA no mundo. MÉTODOS: Estudo ecológico, retrospectivo, quantitativo, cujos dados foram obtidos a partir de consultas no órgão de saúde Centers for Disease Control and Prevention (CDC). RESULTADOS: Nos Estados Unidos, em 12 anos, a incidência do TEA mais que duplicou (1 a cada 36 crianças com menos de 8 anos acometidas em 2022, 1 a cada 88 crianças acometidas em 2012). Os dados são ainda mais expressivos no ano 2000, que revela prevalência de apenas 1 a cada 150 crianças. Já em 1960, 1 a cada 2,5 mil crianças eram portadoras desse transtorno. No Reino Unido, em 2021, 1 a cada 57 crianças eram acometidas, número expressivamente maior que o registrado anteriormente no país. Já no Brasil, não existem estatísticas oficiais sobre a epidemiologia do TEA, o que limita o acolhimento a esse grupo. CONCLUSÃO: A difusão de conhecimento entre os profissionais da saúde e a população geral acerca do TEA propicia um maior número de diagnósticos precoces, essenciais para um tratamento efetivo aos indivíduos acometidos. Além disso, o desenvolvimento de políticas públicas baseia-se nas evidências colhidas no país. Dessa forma, é essencial um olhar mais cauteloso e atento sobre esse grupo, com fomento a pesquisas e divulgação de informações. Em especial, às populações carentes, nas quais a prevalência de casos graves é significativamente maior, devido à falta de recursos e instrução.