ÓBITOS EVITÁVEIS NO ESTADO DE SÃO PAULO, UMA ABORDAGEM ESPACIAL

Introdução: Óbito evitável designa as mortes que poderiam ser totais ou parcialmente prevenidas pelo sistema de saúde efetivo. Objetivo: Analisar os óbitos evitáveis por adequada atenção à mulher na gestação, parto e ao recém-nascido (RN) nos 645 munícipios do Estado de São Paulo entre 2015 e 2019. Métodos: Foi um estudo ecológico e exploratório com informações obtidas do DATASUS para os óbitos evitáveis com os códigos 1.2.1, 1.2.2 e 1.2.3 na faixa etária de 0 a 27 dias, Apgar de 0-7 no 1° e 5° minuto de vida, baixo peso ao nascer (BP) e pré-natal inadequado (< 7) em que foram inseridas no TerraView para identificar autocorrelação espacial estimada pelo Índice de Moran (IM) e construção de mapas temáticos. Resultados: No período ocorreram 3.036.561 nascimentos, sendo 23.161 óbitos neonatais, com 16.657 óbitos evitáveis, 8.408 (50,47%) por adequada atenção a mulher na gestação (1.2.1) (2,72/1000 NV), 2.916 (17,50%) por adequada atenção a mulher no parto (1.2.2) (1,05/1000 NV) e 5.333 (32,01%) por adequada atenção ao recém-nascido (1.2.3) (1,98/1000 NV). Foram 339.653 casos hipóxia (11,18%) identificados no Apgar de 1° minuto de vida, ao passo que na repetição de 5° minuto reduziu para 57.983, queda de 82,92%. Quanto ao BP, foram identificados 275.453 casos (9,07%). Foram identificados 628.189 recém-nascidos cujo acompanhamento de pré-natal não foi adequado (20,68%). Os valores estimados do IM foram 0,15 para o grupo 1.2.1, 0,14 para grupo 1.2.2 e 0,12 para grupo 1.2.3, todos com p-valores < 0,05. Os mapas temáticos dos grupos 1.2.1, 1.2.2 e 1.2.3 apresentaram resultados semelhantes, com um cluster na região da Grande São Paulo e Litoral. Conclusão: Este estudo identificou municípios com prioridade de intervenção para mitigar a ocorrência de óbitos evitáveis.