PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME NEFRÓTICA IDIOPÁTICA SEGUIDOS EM AMBULATÓRIO DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Introdução: A síndrome nefrótica primária ou idiopática (SNI) é caracterizada por proteinúria maciça, hipoalbuminemia, edema e hiperlipidemia e, ocorre pelo aumento da permeabilidade da membrana basal glomerular, sem associação a doenças ou eventos sistêmicos. Trata-se de uma glomerulopatia frequente na infância, que tem mais de uma variante histológica e pode ter reposta variada a corticoterapia. Objetivo: descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes portadores de SNI seguidos pelo Ambulatório de Nefrologia Pediátrica de um hospital municipal de São Paulo. Metodologia: foi realizada um pesquisa retrospectiva, descritiva, transversal, de abordagem quantitativa, através de revisão dos prontuários dos pacientes portadores de SNI que foram atendidos pelo Ambulatório de Nefrologia Pediátrica, desde sua criação, em junho/2014 até dezembro/2018. Resultados: Foram analisados 35 prontuários. Quanto ao perfil dos pacientes atendidos: a maioria era do sexo masculino (54,2), estavam entre a faixa etária dos 2 a 7 anos (71,4) e a maioria eram brancos (62,8). Quanto aos antecedentes pessoais: 31,4 relatava infecção de vias aéreas de repetição. Com relação os antecedentes familiares: 28,5 tinha histórico de hipertensão arterial sistêmica na família. Quando apresentaram a primo-descompensação da SNI: apenas 1 paciente apresentou alteração da função renal, nenhum paciente apresentou diminuição do complemento e 3 (8,5) apresentaram sorologias alteradas. No início do tratamento, 91,4 eram cortico-sensíveis (SNCS), todavia, até o término deste levantamento, a maioria (48,5) evoluiu com recidivas frequentes, necessitando de outra imunossupressão (ciclofosfamida ou ciclosporina). Apenas 3 (8,5) pacientes foram biopsiados ao longo deste acompanhamento. Conclusão: apesar da SNI ser uma doença com prognóstico bastante favorável e com boa evolução no que se diz à progressão para doença renal crônica, trata-se de patologia complexa, com grande número de recidivas, risco de complicações e necessidade de imunossupressão específica, devendo ser acompanhada, de preferência, por profissional apto a fazer esse seguimento.