Introdução: As leucemias são canceres das células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria os glóbulos brancos e representam o tipo mais comum de câncer no público infanto-juvenil, sendo as formas agudas as mais predominantes. Sua incidência é de 4 casos a cada 100 mil crianças e encontra seu pico na faixa etária entre 2 e 5 anos, sendo grave quando diagnosticada tardiamente. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da leucemia infantil no baixo Amazonas. Metodologia: Estudo descritivo, transversal e retrospectivo, realizado no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), entre janeiro de 2019 a novembro de 2023, com crianças entre 0 e 9 anos. As variáveis analisadas foram faixa etária, sexo, raça, taxa de óbitos e caráter das internações hospitalares. Resultados: Foram registrados 357 casos na região, com o ano de 2020 contando com o maior número de internações (95). Acerca da faixa etária, foi observado um grande número entre 5 a 9 anos seguido do intervalo entre 1 e 4 anos com 170 e 167 casos, respectivamente. Em relação ao sexo, os meninos predominam com 59,10% das ocorrências. A cor/raça parda é responsável pela maioria das internações (85,43%). A respeito do caráter de atendimento, a urgência é a mais prevalente (78,43%) em comparação ao eletivo com 21,56%. Por fim, foi observada uma taxa de 3,08% de óbitos. Conclusão: A elevada incidência de leucemia infantil no Baixo Amazonas, especialmente em crianças de 5 a 9 anos, destaca-se, confirmando a faixa etária mais prevalente no país, com predominância no sexo masculino e na população de cor/raça parda, devido ao perfil étnico regional. A predominância de casos agudos reflete a urgência no atendimento. Esses dados sublinham a necessidade de estratégias preventivas e políticas de saúde específicas, visando aprimorar a detecção precoce e a assistência, para promover uma abordagem mais eficaz e abrangente.