PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE NA INFÂNCIA POR CAUSAS EXTERNAS NO BRASIL ENTRE 2012 E 2021

Introdução: As estatísticas de mortalidade no Brasil apontam que causas externas, como acidentes de trânsito, suicídios e homicídios, representam importante motivo de óbito na infância, tornando-as indicadores essenciais para o aprimoramento dos serviços de saúde. Assim, além da fragilidade inerente aos primeiros anos de vida, a mortalidade de crianças é impactada pela vulnerabilidade em determinantes sociais, econômicos e de saúde. Destarte, entender as causas externas e suas particularidades é necessário para prevenir tais agravos e promover o desenvolvimento adequado das crianças. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da mortalidade de crianças por causas externas no Brasil entre 2012 a 2021. Método: Estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo, utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade sobre os registros de mortalidade por causas externas de crianças no Brasil. Resultados: No período estudado, foram notificados 32.562 óbitos por causas externas na infância, sendo 71,2% na faixa etária de 0 a 4 anos, 60,3% no sexo masculino e 51,9% das crianças foram identificadas como pardas. Entre as causas-base, acidente de trânsito representou 23,6% das mortes, homicídio foi responsável por 8,8% e suicídio por 0,1%, enquanto as demais causas constituíram 67,5%. Os principais locais de ocorrência desses óbitos foram os estabelecimentos de saúde (48,4%), domicílio (21,8%) e via pública (15,0%). A região com mais registros foi o Sudeste (34,1%), seguido pelo Nordeste (27,5%), Norte (15,5%), Sul (13,0%) e Centro-Oeste (9,9%). Conclusão: Constatou-se que a mortalidade de crianças por causas externas ocorre principalmente nos primeiros anos de vida, envolvendo meninos, de cor parda, residentes no Sudeste. Isso representa um importante problema de saúde pública no Brasil, sendo necessário o estudo dos dados para aperfeiçoamento das políticas públicas. Ademais, o combate à violência, principalmente nas periferias dos grandes centros urbanos, e o aumento da dedicação dos tutores também são essenciais para o enfrentamento dessa mortalidade.