PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR SUICÍDIO EM ADOLESCENTES NO BRASIL ENTRE 2012 E 2021

Introdução: A convergência da formação biopsicossocial traumática e fatores ambientais negativos, como o fácil acesso às substâncias psicoativas e a alienação virtual, é refletida nas crescentes taxas de suicídio em adolescentes brasileiros. Diante da universalidade que a temática suscita, de forma irrestringível étnica ou economicamente, o autoextermínio em adolescentes categoriza-se como importante agravo de saúde pública. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da mortalidade por suicídio em adolescentes no Brasil de 2012 a 2021. Método: Estudo quantitativo, observacional e descritivo, com uso de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade. As taxas de mortalidade foram calculadas por ano e grupos etários (10 a 14 anos e 15 a 19 anos). Resultados: No período analisado, foram notificadas 9.761 mortes por suicídio de adolescentes no país, sendo 84,3% na faixa etária entre 15 e 19 anos, envolvendo 68,3% rapazes e 54,7% pretos ou pardos. Quanto ao local de ocorrência, a maioria dos óbitos se deu em domicílio (61,8%), seguido de hospitais e outros estabelecimentos de saúde (18,3%). Constata-se também que a região com maior número de registros foi a Sudeste (28,5%), especialmente, no estado de São Paulo (15,1%). Conclusão: A maior ocorrência de mortes por suicídio em adolescentes brasileiros ocorreu no Sudeste, em São Paulo, acometendo indivíduos do sexo masculino, negros ou pardos, durante a segunda metade da adolescência, em domicílio. A compreensão desse perfil proporciona o conhecimento da população-alvo para que sejam implementadas políticas públicas a fim de garantir assistência à saúde mental aos adolescentes, prevenindo tal desfecho.