A sífilis congênita é um importante problema de saúde pública. Suas repercussões intrauterinas podem levar a morbidades permanentes se feto ou recém-nascido infectado, como prematuridade, baixo peso, alterações sistêmicas e óbito. Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, de gestantes de um hospital de referência no noreste paulista, entre os anos de 2021 a 2023, destacando gestantes com testes para sífilis reagentes [2,63% (105/3982)], na qual 32,38% (34/105) realizaram o tratamento adequadamente durante pré-natal. Sobre um total de 105 nascidos, a incidência média de sífilis na gestação foi de 86,66% (91/105), sendo que destes, 26,37% (24/91) realizaram tratamento neonatal. No que se refere a condições perinatais, 88,57% (93/105) nasceram a termo, 60,0% (63/105) sexo feminino, e 81,90% (86/105) com peso adequado pra idade gestacional. Não foram constatadas alterações em exames de imagem e clínica de nenhum nascido. Não houveram óbitos perinatais. O tratamento com penicilina benzatina foi realizado em 16,66% (4/24), e procaína com alta complexa em 37,50% (9/24) visto considerados expostos à sifilis, os recém-nascidos (RN) receberam tratamento com penicilina cristalina intra-hospitalar, considerando possível neurossífilis em 45,83% (11/24), e destes, alterações liquóricas foram vistas em 16,66% (4/24), sendo substituído o tratamento dos demais RN de penicilina cristalina para penicilina procaína em alta hospitalar. Todos os RN considerados expostos a sífilis, com sífilis congênita e/ou neurossífilis foram encaminhados ao ambulatório de moléstias infecciosas para acompanhamento longitudinal. Assim, é evidente que gestantes com um pré-natal satisfatório e boa adesão ao tratamento medicamentoso da sífilis tiveram menor incidência de neurossífilis nos recém-nascidos (RN), sendo menor o número de internações para tratamento do RN, e diminuição da gravidade neonatal em RN expostos à doença em epígrafe.