PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL: UMA ANÁLISE DE 2011 A 2021

Introdução: A espiroqueta Treponema Pallidum é o agente etiológico da Sífilis, uma treponematose venérea que constitui uma das principais Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). A sífilis congênita (SC), por sua vez, ocorre quando há transmissão vertical do T. pallidum de uma gestante previamente infetada para sua prole, seja intraútero ou durante o periparto. Assim, a sífilis congênita está associada a resultados negativos no periparto, como a morte perinatal e o envolvimento neurológico, como meningite, hidrocefalia e atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita no estado de São Paulo. Método: Trata-se de um estudo analítico, retrospectivo, quantitativo, baseado em dados secundários obtidos nas bases de dados do Sistema Único de Saúde. Foram coletados dados referentes às características dos pacientes com sífilis congênita no Estado de São Paulo no período de 2011 a 2021. Para análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva por meio de frequências absolutas e relativas. Resultados: Os dados mostraram um total de 32.526 casos de sífilis congênita no estado de São Paulo no período entre 2011 e 2021. Os pacientes eram em sua maioria do sexo feminino (47,5% já que 2,5% do total de dados foram ignorados), brancos (43,2%) diagnosticados até 6 dias de vida (95,8%). Quanto aos dados maternos, elas tinham entre 20 e 24 anos (32,5%), ensino médio completo (20,3%), foram diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, realizaram tratamento (61,6%) e tiveram parceiros sexuais não tratados (66,1%). Conclusão: É notório que há um grande número de casos de sífilis congênita em São Paulo e vários fatores contribuem para a perpetuação da doença. Assim, a detecção precoce é de suma importância para um bom prognóstico e para a prevenção de complicações, principalmente as neurológicas.
Palavras-chave: Sífilis congênita, Epidemiologia, Lactente, Recém-nascido, Política de saúde.